"Como países reunidos hoje nesta sala, juntos representamos uma maioria significativa do território, população e economia do mundo", disse a ministra sul-africana das Relações Exteriores, Naledi Pandor, que não respondeu às várias perguntas sobre o convite oficial do governo para que Putin visite a África do Sul para um encontro cúpula em agosto.
O convite foi anunciado antes de o Tribunal Penal Internacional (CPI) emitir uma ordem de detenção contra Putin.
Os diplomatas dos cinco países BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) se reuniram nesta sexta-feira na Cidade do Cabo para o segundo dia de negociações, marcado pela ambição do grupo de estabelecer sua presença como alternativa à ordem mundial liderada pelas potências ocidentais.
"Não podemos permitir que o conflito em uma parte do mundo substitua a ambição de erradicar a pobreza mundial, o maior desafio global", disse Pandor em seu discurso de abertura, em uma referência ao conflito na Ucrânia.
A invasão russa da Ucrânia provocou a disparada dos preços dos alimentos e da energia em grande parte do mundo, o que agravou a insegurança alimentar nos países pobres.
A Rússia é membro do grupo BRICS e mantém relações diplomáticas com a África do Sul.
Em abril, o presidente Cyril Ramaphosa afirmou que a ordem de detenção de Putin emitida pelo TPI representava um "obstáculo" para a África do Sul. Esta semana o governo sul-africano concedeu imunidade diplomática às autoridades que participarão na cúpula dos BRICS, alegando que é uma medida padrão para conferências internacionais.
CIDADE DO CABO