A bíblia católica foi banida em escolas do ensino fundamental e médio no distrito de Davis, em Utah, Estados Unidos, por 'conter passagens que descrevem sexo e violência' em março deste ano. De acordo com o representante das escolas Christopher Williams, oito ou sete bibliotecas continham cópias dos textos, que foram recolhidas na quinta-feira (1/6).
O número de escolas foi informado por meio de um e-mail para o portal 'The Salt Lake Tribune' nesta semana. A escritura religiosa começou a ser avaliada em dezembro, a partir de uma manifestação de um responsável por aluno frustrado pela remoção de outros livros das prateleiras de bibliotecas.
Segundo o portal, a iniciativa vinha de grupos conservadores de Utah que avaliavam como 'inapropriados' textos focados na comunidade LGBTQIA+. Em 2022, o estado criou uma lei que bane qualquer livro 'pornográfico ou indecente' em escolas de Utah, nas bibliotecas e salas de aula.
Utilizando de argumentos semelhantes aos dos conservadores, a pessoa responsável pelo aluno compilou uma lista de oito páginas contendo passagens sobre sexo na bíblia e escreveu no seu pedido que "incesto, onanismo, bestialismo, prostituição, mutilação genitálica, felácio, dildos, estupro, e até infanticídio" são assuntos retratados em suas linhas.
A pessoa responsável também disse que a bíblia "é um dos textos sobre sexo mais lidos" e escreveu em seu pedido: "Vocês sem dúvida encontrarão que a Bíblia, sobre o código anotado de Utah § 76-10-1227, consta de 'nenhum valor sério para menores' já que é pornográfica pela nossa nova definição".
Christopher Williams explica ao 'The Salt Lake Tribune' que apesar da bíblia "não conter material sensitivo referente ao código 1227, 76-10-1201 ou 76-10-1203" eles decidiram limitar o seu alcance para apenas o ensino superior.
Outros livros religiosos não foram banidos, dentre a lista de não permitidos estão "The Bluest Eye", escrito pelo vencedor do Prêmio Nobel Toni Morrison e a graphic novel "Gender Queer" sobre a jornada do autor quanto às dúvidas de sua identidade.
O criador da lei que bane livros, Representante Ken Ivory, inicialmente foi contra a resolução do caso da bíblia, mas mudou de ideia, alegando que os ensinamentos religiosos são melhor ensinados na segurança dos lares.