Kathleen Folbigg foi chamada de "pior 'serial killer' da Austrália" depois de ser condenada em 2003 por acusações de assassinatos de três de seus filhos e homicídio culposo do quarto.
Mas o procurador-geral do estado de Nova Gales do Sul, Michael Daley, declarou que uma investigação iniciada em maio de 2022 estabeleceu uma "dúvida razoável" a respeito das condenações e que Folbigg foi perdoada.
"Esta foi uma provação terrível para todos os envolvidos e espero que nossas ações de hoje representem um ponto final nesta questão de 20 anos", declarou Daleuy.
"Em nome da justiça, Kathleen Folbigg deve ser liberada da custódia o mais rápido possível", afirmou.
Há duas décadas, os promotores alegaram que ela asfixiou as crianças, que tinham entre nove semanas e três anos, mas Folbigg insistiu que as mortes aconteceram por causas naturais.
Em 2021, dezenas de cientistas da Austrália e do exterior assinaram uma petição a favor da libertação de Folbigg. O texto destacava que novas evidências forenses sugeriam que as mortes inexplicáveis estavam vinculadas a mutações genéticas raras ou anomalias congênitas.
Sem evidências forenses convincentes, os promotores argumentaram que era extremamente improvável que quatro crianças morressem de maneira repentina e sem explicação.
Mas o juiz aposentado Tom Bathurst, que coordenou a nova investigação, destacou que foram registradas condições médicas que poderiam explicar três mortes.
As quatro crianças morreram entre 1989 e 1999.
Bathurst disse que Sarah e Laura Folbigg tinham uma mutação genética rara, enquanto Patrick Folbigg teria uma "condição neurológica subjacente".
Com estes fatores, Bathurst determinou que a morte da quarta criança, Caleb Folbigg, não era mais suspeita.
A Academia Australiana das Ciências, que ajudou na investigação, afirmou que está "aliviada" porque justiça foi feita para Kathleen Folbigg.