"Este é um dia histórico para todos em Mianmar. As audiências presenciais finalmente aconteceram, e fortes evidências foram apresentadas ao tribunal", disse à AFP Maung Tun Khin, presidente da Organização dos Rohingya Birmaneses do Reino Unido, com sede em Londres.
O porta-voz não divulgou a identidade nem a quantidade de pessoas que depuseram presencialmente, pela primeira vez. Também não mencionou os fatos abordados na audiência por "motivos de segurança". As sessões podem durar vários dias.
A audiência, a portas fechadas, ocorre sob o princípio da "justiça universal", consagrado na Constituição argentina. Este princípio permite julgar crimes muito graves, independentemente da nacionalidade dos acusados ou do local onde ocorreram os fatos denunciados.
Em 2021, a Justiça argentina aceitou uma denúncia e abriu uma investigação sobre acusações de crimes dos militares birmaneses contra a minoria muçulmana.
Nesse mesmo ano, seis mulheres rohingya, refugiadas em Bangladesh, participaram de uma audiência virtual perante o tribunal argentino, na qual afirmaram terem sido vítimas de violência sexual e mencionaram a morte de familiares, devido à repressão.
"As audiências presenciais vão continuar, elas trazem elementos muito importantes para o caso", declarou Tun Khin, sem especificar como cada etapa processual do caso será desenvolvida.