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Estado de Minas ATENTADO

Homem que enfrentou esfaqueador de crianças na França é exaltado como 'herói da mochila'

Henri d'A ficou frente a frente e bloqueou o agressor, afastando-o do parquinho, onde estavam outras crianças. O francês usou uma das mochilas para se proteger


09/06/2023 11:03 - atualizado 09/06/2023 13:10
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Henri d'A
Henri d'A está viajando a França para conhecer catedrais (foto: Reprodução/Redes Sociais)
Um peregrino de 24 anos está sendo chamado de herói nacional depois de enfrentar o autor de um ataque na cidade francesa de Annecy e impedir que a tragédia fosse ainda maior. Henri d'A. usou a mochila para conter o agressor que esfaqueou seis pessoas, incluindo quatro crianças, em um parque infantil.

Henri estava perto do local do ataque quando ouviu os gritos desesperados de uma mulher que tentava proteger um bebê em um carrinho. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram que o homem ficou frente a frente e bloqueou o agressor, afastando-o do parquinho, onde estavam outras crianças.

O francês usou uma das mochilas para se proteger. Depois, quando o agressor voltou ao parque infantil, Henri arremessou o item contra ele. O peregrino ainda perseguiu o criminoso que tentou fugir do local.

Segundo autoridades, Henri ganhou segundos preciosos até a chegada da polícia e impediu que mais pessoas fossem atacadas. A mídia local o apelidou de "herói da mochila" e, segundo a Rádio Europe 1, o presidente francês, Emmanuel Macron, deve homenageá-lo pessoalmente nesta sexta-feira (9).

Poucos detalhes sobre o homem foram divulgados, e os franceses o conhecem apenas como Henri d'A. Nas redes sociais, ele publicou apenas um comentário sobre o episódio, dizendo que estava bem e pedindo aos seus seguidores que orassem pelas crianças feridas.

Em entrevista à emissora CNews, Henri contou que viaja pela França para conhecer catedrais e disse que a fé católica lhe deu forças para lutar contra o agressor. "Tudo o que eu sei é que não estava lá por acaso. Em minha jornada, cruzei com este homem e agi instintivamente. Era impensável não fazer nada", disse. "Tentei assustá-lo e deixar claro que ele não podia fazer o que quisesse", acrescentou.

Morador de Paris, Henri mantém uma página em uma rede social com registros da viagem. Embora ainda esteja chocado com os acontecimentos da véspera, o homem aponta como ponto positivo o fato de que seu projeto vem ganhando visibilidade. "Agradeço a Deus que poderei alcançar mais pessoas."

Segundo Henri, o cronograma da viagem não deve ser alterado. Ele é estudante de administração e de filosofia e diz que tem o objetivo de mostrar aos seguidores como a "beleza das catedrais pode nos nutrir e nos ajudar a fazer a coisa certa".

Uma missa em homenagem às vítimas e seus familiares será realizada na catedral de Annecy nesta sexta. Na véspera, o refugiado sírio identificado como Abdalmasih H. esfaqueou de forma aleatória seis pessoas, incluindo quatro crianças. Ele foi detido pela polícia, e o Ministério Público descartou motivação terrorista.

Segundo o ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, o homem carregava uma cruz no momento em que foi preso. O jornal Le Monde relatou que ele dizia frases como "em nome de Jesus Cristo" no momento do ataque. A emissoras locais uma mulher que diz ser ex-esposa do agressor afirmou que o ex-companheiro era cristão e que nunca havia demonstrado traços de uma personalidade violenta.

Ao comentar o episódio, Henri apontou a contradição do agressor ter usado o nome de Jesus em um episódio de violência. "Acho que algo muito ruim o habitava", disse.

Nas redes sociais, as contas de Henri foram inundadas com mensagens de agradecimento. "Que Deus te abençoe. Você fez o que pôde naquele momento, não desistiu, não correu. Você é um anjo", escreveu o usuária Mag Capone no Instagram.

Três crianças que foram esfaqueadas continuam hospitalizadas nesta sexta, segundo a agência de notícias AFP. Elas receberam a visita de Macron, que viajou acompanhado da primeira-dama, Brigitte.

Segundo o porta-voz do governo, Olivier Véran, duas crianças permanecem em estado crítico. Num contexto de tensão política devido à implementação de uma reforma migratória na França, ele pediu prudência e disse ser necessário esperar a conclusão das investigações antes da tomada de decisões.

O suspeito não tem antecedentes criminais e não era investigado por nenhum serviço de inteligência regional. Tampouco tinha histórico psiquiátrico, segundo as autoridades, e não estava sob efeito de entorpecentes ou de álcool no momento em que realizou o ataque.

Ele deve passar nesta sexta por um exame psiquiátrico. Segundo a emissora local da France Bleu, o agressor ainda não havia sido interrogado, já que estava agitado e até "se revirava no chão" da delegacia.

À espera de respostas, dezenas de cidadãos de Annecy depositaram flores brancas, bichos de pelúcia, velas e bilhetes com mensagens de apoio em um pequeno memorial improvisado no local do atentado, onde as crianças voltaram a brincar horas depois do ataque.

 


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