Lesly (13 anos), Soleiny (9), Tien Noriel (5) e Cristin (1) foram encontrados por equipes militares e indígenas na sexta-feira. Estavam desnutridos e desidratados em meio à selva do sul do país, onde o avião no qual viajavam caiu em 1º de maio.
Desde a madrugada de sábado, os irmãos se recuperam no Hospital Militar Central de Bogotá. Eles chegaram em "condições clínicas aceitáveis".
Depois de dois dias de cuidados, "estão muito bem dispostos, estão pintando, desenhando. Adoram conversar", contou Adriana Velásquez, subdiretora do Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar (ICBF), em um vídeo enviado à imprensa.
O exército divulgou um desenho atribuído às crianças em que aparece Wilson, o cão farejador que se perdeu na mata durante as buscas. "O cão andava com eles, saía e retornava (...) mas depois sumiu", declarou Narciso Mucutuy, avô das crianças, em um vídeo divulgado pelo Ministério da Defesa.
Únicos sobreviventes do acidente aéreo que matou sua mãe e outros dois adultos, os menores de idade se alimentaram com um pacote de três quilos de farinha de mandioca encontrado nos restos da aeronave e frutos silvestres.
- Tutela dos menores -
As duas irmãs mais velhas tiveram febre nesta segunda, enquanto o pequeno Tien Noriel é monitorado por "uma possível contaminação na alimentação que recebeu", detalhou a diretora do ICBF, Astrid Cáceres, em entrevista à W Radio.
Tien Noriel, único menino do grupo, estava tão debilitado que não conseguia caminhar, de acordo com o relatos da equipes de resgate indígena que fez o primeiro contato com as crianças.
"A bebê segue em cuidados intermediários, não por nenhuma condição grave, mas por ter um monitoramento mais próximo devido à sua idade", acrescentou Cáceres.
"Eles recuperaram o sono e isso os reparou muitíssimo", comentou a diretora. "A evolução está dentro do esperado (...). O prognóstico segue sendo de duas a três semanas" de hospitalização, afirmou.
A instituição estatal manterá os irmãos sob sua tutela até que uma disputa entre seus familiares seja resolvida.
Parentes de Magdalena Mucutuy, a falecida mãe, denunciaram que o pai dos dois mais novos, Manuel Ranoque, maltratava as crianças, o que ele nega.
A avó materna, Fátima Valencia, disse à AFP que pretende obter a guarda dos quatro menores.