Jornal Estado de Minas

PRISÃO

Mulher é condenada por tomar abortivo no 8º mês de gestação

Carla Foster foi condenada a 28 meses de prisão em Stoke-on-Trent, Inglaterra, por ingerir um medicamento abortivo estando entre a 32ª e a 34ª semana de gestação. O remédio que utilizou, em maio de 2020, é indicado somente até a 10ª semana de gravidez. O juiz Edward Pepperall afirmou que a condenada cumpriria metade da pena sob custódia.





Durante a pandemia de COVID-19, Carla conseguiu as pílulas abortivas por correio, devido ao afrouxamento das restrições. Ela mentiu sobre estar grávida de sete semanas ao consultar um serviço de aconselhamento sobre gravidez e continuou enganando outras pessoas, inclusive a polícia.

O feto não resistiu à ingestão do medicamento e nasceu morto. O juiz Pepperall precisou equilibrar os direitos reprodutivos da mulher com os direitos do feto no julgamento desse caso trágico. Ele mencionou que a sentença poderia desencorajar outros de ultrapassar o limite de 24 semanas para abortos.
 
 

Carla, que já possui outros dois filhos, poderia ter evitado a prisão se tivesse se declarado culpada anteriormente. O juiz considerou seu 'remorso profundo e genuíno' e o impacto que a sentença teria em seus filhos, incluindo um com necessidades especiais.





As investigações revelaram que Carla realizou diversas pesquisas na internet sobre como interromper a gravidez, demonstrando planejamento. Defensores do direito ao aborto criticaram a sentença como excessivamente severa e pediram o fim da criminalização do ato.

Mandu Reid, líder do Partido da Igualdade das Mulheres, afirmou que o caso evidencia os problemas da lei do aborto na Inglaterra. No entanto, um porta-voz do primeiro-ministro Rishi Sunak defendeu a criminalização do aborto em circunstâncias específicas, alegando que as leis atuais buscam equilibrar os direitos das mulheres com os dos fetos ainda não nascidos.