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Estado de Minas UNESCO

Diretora da Unesco comenta retorno dos EUA à organização após saída em 2018

Diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay celebrou a reintegração dos EUA e destacou importância da participação do país em questões estratégicas


13/06/2023 16:46 - atualizado 13/06/2023 17:09
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Azoulay, diretora da Unesco, em palestra
Azoulay afirma que o retorno é um reconhecimento da missão da Unesco. (foto: Oleksandr Gimanov/AFP)
Audrey Azoulay, diretora-geral da Unesco, comemorou em entrevista à RFI o retorno dos Estados Unidos à organização, após a decisão do país de se retirar em 2018, sob a presidência de Donald Trump. A francesa atribuiu a mudança às necessidades dos EUA de se envolverem em questões estratégicas, como a educação, ciências e cultura.

Azoulay afirmou que o retorno dos EUA é um reconhecimento da missão da Unesco e ressaltou o custo de não estar presente nas discussões sobre assuntos estratégicos. A decisão ocorre em um momento de crescente rivalidade com a China, que busca transformar a ordem multilateral internacional estabelecida após a Segunda Guerra Mundial.

A diretora-geral mencionou que a carta de reintegração dos EUA expressa o desejo do país de participar de debates importantes, como a ética e inteligência artificial. A administração do presidente Joe Biden acredita que a China teve grande influência nas recomendações elaboradas pela Unesco em 2021 sobre esses temas.

Os EUA, que já haviam suspendido o financiamento à organização em 2011, deixaram a Unesco em 2018 em protesto à admissão dos territórios palestinos. Cerca de 22% do orçamento da Unesco era proveniente de Washington. Agora, resta saber se os EUA quitarão a dívida de US$ 619 milhões.

Washington solicitou ao Congresso americano a liberação de US$ 150 milhões para o exercício fiscal de 2024, com contribuições futuras até a liquidação dos atrasos. Azoulay destaca que o retorno dos EUA está acompanhado por um plano de financiamento concreto.
 

A reintegração dos EUA à Unesco é vista como uma vitória do multilateralismo por Audrey Azoulay. Ela acredita que o retorno fortalecerá as dinâmicas políticas, estratégicas e orçamentárias da organização.

No passado, os EUA já haviam deixado a Unesco em 1984, retornando em 2003. Israel, aliado dos EUA, também abandonou a organização em 2018, alegando favorecimento aos palestinos. Azoulay reforça que as portas estão abertas para Israel e enfatiza o universalismo da Unesco.

A decisão sobre a reintegração dos EUA será tomada por maioria entre os 193 países-membros da Unesco, em votação prevista para julho.


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