"Em nome dos milhões de pessoas que sofreram e continuam sofrendo de várias formas com as consequências da pandemia", a presidente da comissão, a ex-magistrada Heather Hallet, prometeu realizar uma "investigação profunda, (no formato) que o povo do Reino Unido merece".
A pandemia de coronavírus, declarada na primavera do hemisfério norte de 2020, deixou mais de 227.000 mortos no Reino Unido, uma das maiores taxas da Europa.
Boris Johnson, primeiro-ministro durante o período pandêmico, foi acusado de ter demorado a reagir, sobretudo por não ter ordenado o confinamento imediato da população.
E os governos conservadores que o antecederam são acusados de terem enfraquecido o sistema de saúde com suas políticas de austeridade.
A primeira parte da investigação - que durará seis semanas - deve determinar se o enfrentamento da pandemia "foi planejado corretamente e se o Reino Unido estava suficientemente preparado", e contará com a participação de dezenas de testemunhas.
As audiências, abertas ao público, serão transmitidas na internet e irão durar, pelo menos, três anos.
"Nenhum país consegue estar perfeitamente preparado [para uma pandemia] mas, sem dúvida, podemos estar insuficientemente preparados", pontuou o principal advogado da comissão de inquérito, Hugo Keith. Ele mencionou o financiamento das estruturas de saúde e a antecipação do impacto que uma pandemia poderia ter na educação, nas fronteiras, no emprego e em outros setores.
Os familiares das vítimas lamentaram não terem sido chamados como testemunhas nesta primeira parte.
Cerca de vinte pessoas se reuniram, nesta terça-feira, em silêncio e com fotos dos seus familiares falecidos na porta do edifício onde as audiências irão ocorrer - no centro de Londres.
"Sem conhecer as experiências de nossos membros, como a investigação pode avaliar corretamente as decisões tomadas pelos responsáveis?", disse Barbara Hervert, do grupo "Covid-19 Bereaved Families for Justice", que reúne parentes de vítimas do coronavírus.
LONDRES