Em Odessa, sul do país, três pessoas morreram em um ataque com mísseis de cruzeiro Kalibr contra um depósito comercial, anunciou Sergiy Bratchuk, porta-voz da administração militar desta grande cidade portuária no Mar Negro.
Sete pessoas ficaram feridas no depósito e "outras pessoas podem estar sob os escombros", informou em um comunicado o prefeito de Odessa, Guennadii Trukhanov.
Além disso, outras seis pessoas ficaram feridas em outras áreas da cidade: um centro empresarial, estabelecimentos comerciais e um complexo residencial também foram atingidos.
Odessa era um destino de férias muito apreciado por ucranianos e russos antes de o presidente Vladimir Putin determinar a invasão do país vizinho, em fevereiro do ano passado. Desde o início da guerra, a cidade foi bombardeada diversas vezes pelas tropas russas.
Em janeiro, a Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) incluiu o centro histórico de Odessa na lista de Patrimônio da Humanidade em perigo.
- Ataques em série -
A Força Aérea ucraniana afirmou que três dos quatro mísseis russos disparados contra a cidade foram derrubados. A Rússia também lançou 10 drones de fabricação iraniana durante a noite - a partir do Mar de Azov - contra o sudeste da Ucrânia.
Além disso, seis mísseis de cruzeiro do tipo X-22 lançados da região russa de Rostov-on-Don atingiram a região de Donetsk, leste da Ucrânia.
O ataque provocou três mortes e deixou seis feridos, afirmou o governador Pavlo Kirilenko.
Em Kramatorsk, a maior cidade da região, correspondentes da AFP observaram uma cratera provocada por uma explosão em uma rodovia, perto de casas com as janelas destruídas.
Anastasia Korzun, policial de 33 anos, contou que saiu de casa com o marido para tentar retirar os vizinhos dos escombros.
O exército russo afirmou que executou ataques noturnos contra locais em que estavam reunidos soldados, depósitos de munições e armamentos. "Todos os alvos foram atingidos", destaca um comunicado.
- Contraofensiva -
Na terça-feira (13), seis pessoas, incluindo quatro guardas florestais, morreram quando o veículo em que viajavam foi atingido por um bombardeio russo no nordeste da Ucrânia, perto da fronteira entre os dois países, anunciou a Procuradoria Geral ucraniana.
No mesmo dia, um ataque russo com mísseis matou 12 pessoas em Kryvyi Rih, a cidade natal do presidente ucraniano Volodimir Zelensky, na região central do país, de acordo com um balanço atualizado.
Moscou intensificou nas últimas semanas os ataques noturnos contra as principais cidades ucranianas, no momento em que Kiev executa uma vasta contraofensiva com armas fornecidas pelos países ocidentais com o objetivo de recuperar territórios ocupados pelas forças russas.
A Ucrânia afirma que a contraofensiva está avançando, mas Putin afirmou na terça-feira que o exército russo provoca perdas "catastróficas" para as forças inimigas.
De acordo com analistas militares, a Ucrânia ainda não acionou a maior parte de suas forças para a contraofensiva. No momento, o país testa a linha de frente, em busca de pontos frágeis dos russos.
As operações parecem concentradas em três pontos: Bakhmut (leste), cidade destruída após meses de combates, Vuhledar (sudeste) e Orikhiv (sul).
Durante os últimos três dias, os ucranianos recuperaram quase três quilômetros quadrados de território e avançaram 1,4 km em determinados pontos da frente de batalha, anunciou um dos comandantes do Estado-Maior de Kiev, Andrii Kovaliov.
A Rússia reivindicou na terça-feira a captura de tanques alemães Leopard e blindados americanos Bradley, fornecidos pelos aliados ocidentais à Ucrânia.
- Diretor da AIEA em Zaporizhzhia -
O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, pretende visitar a central nuclear de Zaporizhzhia, controlada pela Rússia, para verificar se existem riscos após a destruição da represa de Kakhovka, no rio Dnieper.
Inicialmente prevista para esta quarta-feira, a visita foi adiada para quinta-feira, de acordo com uma fonte do setor nuclear russo que não revelou os motivos. A Ucrânia e a AIEA não confirmaram a informação.
Uma fonte diplomática ocidental entrevistada pela AFP disse que a viagem foi adiada "por algumas horas, não cancelada".
Grossi afirmou que "não há perigo imediato", mas o nível de água do reservatório de refrigeração da central é motivo de preocupação.
"Quero fazer minha própria avaliação, visitar o local, conversar com a direção sobre as medidas que foram adotadas e, depois, estabelecer uma avaliação mais definitiva do perigo", explicou na terça-feira.
A destruição da represa provocou inundações no sul da Ucrânia: 17 pessoas morreram na parte ocupada pela Rússia e 10 na área sob controle ucraniano.
KIEV