A Bayer e a Monsanto, empresa agroquímica americana comprada pelo grupo alemão, "afirmaram repetidamente em anúncios que os produtos da marca Roundup que contêm o ingrediente ativo glifosato eram seguros e não tóxicos, sem apresentar provas suficientes", justificou a Procuradoria-Geral estadual em comunicado.
Tais afirmações violam as leis contra publicidade falsa e enganosa e um acordo de 1996 entre a Procuradoria-Geral e a Monsanto, no qual a empresa "concordou em deixar de fazer afirmações infundadas sobre a segurança" do herbicida, acrescenta a nota.
As autoridades mencionaram anúncios que afirmavam que o Roundup mata apenas ervas daninhas, não representa perigos para a saúde e não é mais prejudicial do que produtos de uso cotidiano, como detergentes de cozinha.
O Roundup é considerado "um provável cancerígeno" pelo Circ, braço da Organização Mundial da Saúde (OMS). A empresa rechaça esta classificação.
"Estamos felizes em encerrar este assunto", assinalou o grupo Bayer em mensagem enviada à AFP. Segundo a empresa, o acordo foi sobre as práticas publicitárias, e não está relacionado à natureza do produto. Além disso, o acordo não significa que o grupo admite as conclusões da investigação da Procuradoria-Geral, acrescentou.
Após adquirir a Monsanto em 2018, por 63 bilhões de dólares (quase R$ 250 bilhões em valores da época), a Bayer passou a responder a processos relacionados a herbicidas nos Estados Unidos. Em 2020, o grupo chegou a um acordo de 10 bilhões de dólares (quase R$ 50 bilhões nos valores da época) para encerrar as ações judiciais de antigos usuários.
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