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Estado de Minas ESTADOS UNIDOS

Gerente de necrotério é acusado de vender partes de cadáveres

Cedric Lodge e mais cinco pessoas se tornaram réus na quarta-feira (14) por um esquema de suposta venda de restos humanos - inicialmente doados para estudo


16/06/2023 09:35 - atualizado 16/06/2023 10:05
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Prédio da Faculdade de Medicina de Harvard
Esquema de comercialização de cadáveres da Faculdade de Medicina teria durado de 2018 a 2021 (foto: Getty Images)

 

Atenção: O texto traz informações que podem ser consideradas pertubadoras.

 

O ex-gerente do necrotério da Escola de Medicina da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e mais cinco pessoas se tornaram nesta quarta-feira (14) réus em um processo em que são acusadas %u200B%u200Bde comprar e vender restos humanos roubados.

Cedric Lodge supostamente pegou pedaços de "cabeças, cérebros, pele e ossos" de cadáveres doados à escola de medicina e os vendeu online.

De acordo com a acusação apresentada à Justiça, Cedric e a esposa, Denise, venderam partes de corpos para compradores nos Estados de Pensilvânia e Massachusetts.

O esquema supostamente durou de 2018 a 2021.

Os acusados compareceram ao tribunal federal de New Hampshire na quarta-feira e se recusaram a responder às perguntas de repórteres.

O casal Lodge se tornou réu por conspiração e transporte interestadual de mercadorias roubadas. Se condenados, cada um pode pegar até 15 anos de prisão.

Os promotores alegam que Lodge tirou vantagem de sua posição como gerente do Programa de Doações Anatômicas da Escola de Medicina de Harvard, responsável por desmembrar e gerir cadáveres doados para pesquisas médicas.

Os universitários usam corpos doados para estudar e praticar procedimentos médicos. Quando a faculdade termina de usar o cadáver, eles geralmente são enterrados no cemitério médico da universidade ou cremados — tendo seus restos mortais devolvidos às famílias.

"Às vezes, Cedric Lodge permitia que [outros] entrassem no necrotério da Escola Médica de Harvard e analisassem os cadáveres para escolher o que comprar", diz o trecho de um comunicado do Ministério Público dos Estados Unidos.

Katrina Maclean, de Salem, Massachusetts, e Joshua Taylor, de West Lawn, Pensilvânia, supostamente foram compradores de partes de corpos. Eles também são réus, assim como mais duas pessoas a quem revenderam o material.

De acordo com a promotoria, em outubro de 2020, Maclean comprou rostos dissecados por US$ 600 (cerca de R$ 2.890 na cotação atual) que ela pretendia curtir em couro.

 

Leia:   Harvard cria fundo de US$ 100 milhões para indenizar descendentes de escravos


Estudantes de medicina analisam cadáver ao centro (que não aparece em detalhes na foto)
Cadáveres são muito importantes para o estudo da medicina (foto: Getty Images)

Maclean é dona de uma loja chamada Kat's Creepy Creations, cujas redes sociais mostram que ela se especializou em transformar bonecas e deixá-las com aspecto gótico ou aterrorizante.

Não se sabe se as partes dos cadáveres foram usadas em seus produtos. A acusação alega que Maclean armazenou e vendeu restos humanos na loja.

Joshua Taylor, por sua vez, supostamente fez 39 pagamentos eletrônicos a Denise Lodge em troca de partes de corpos, totalizando mais de US$ 37 mil (R$ 178 mil) em quatro anos.

Os promotores apresentaram como evidência um recibo do Paypal para uma compra no valor de US$ 1 mil pelo item "cabeça número 7".

"Alguns crimes desafiam nossa compreensão", disse o promotor Gerard M. Karam em um comunicado. “O roubo e o tráfico de restos humanos atingem a própria essência do que nos torna humanos”.

George Q. Daley, reitor da Escola de Medicina da Universidade de Harvard, disse estar "horrorizado ao saber que algo tão perturbador poderia acontecer em nosso campus" e confirmou que o contrato de emprego com Cedric Lodge foi encerrado em 6 de maio.

"Lamentamos muito a dor que esta notícia causará às famílias e entes queridos de nossos doadores, e a Escola de Medicina de Harvard promete estar próxima deles durante este período profundamente angustiante".


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