Jornal Estado de Minas

BEIRUTE

Ghosn reivindica da Nissan US$ 1 bi por perdas e danos

O ex-CEO da aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn, entrou com um recurso no Líbano contra o grupo japonês para reivindicar US$ 1 bilhão em danos (4,79 bilhões de reais na cotação atual, a R$ 4,79), disse uma fonte judicial à AFP nesta terça-feira (20).



Ghosn foi preso no final de 2018 no Japão, onde deveria ser julgado pela acusação de malversação financeira enquanto esteve à frente do grupo japonês.

O ex-executivo, de nacionalidade libanesa, francesa e brasileira, vive no Líbano atualmente, país onde se instalou após protagonizar uma fuga espetacular no final de 2019.

De acordo com a fonte judicial, Ghosn apresentou um recurso, em maio, perante o Tribunal de Cassação libanês contra a Nissan e contra vários de seus executivos. Para o empresário, eles "inventaram as acusações contra ele no Japão, o que levou à sua prisão e às ações judiciais contra ele".

Ghosn reclama "1 bilhão de dólares de indenização". A data da audiência foi marcada para meados de setembro, acrescentou a fonte judicial.

Procurado pela AFP, o grupo Nissan se recusou a fazer comentários e disse ter tomado conhecimento da ação pela imprensa. O advogado de Ghosn no Líbano também não respondeu ao contato da AFP.

Ghosn, que já era alvo de um mandado de prisão da Interpol a pedido de Tóquio, tem uma segunda ordem de detenção internacional expedida contra ele desde abril de 2022, solicitada pela Justiça francesa, no contexto de uma investigação por abuso de bens sociais, lavagem de dinheiro e corrupção.