As atividades de reparo e manutenção das frotas da Embraer "representam 27% das receitas, no primeiro trimestre alcançaram 47%", declarou à AFP Johann Bordais, presidente da Embraer Services.
Desde o fracasso, em 2020, da venda de sua divisão de aviões comerciais para a americana Boeing, a Embraer teve que revisar sua estratégia.
Em 2022, a empresa registrou prejuízo de 190 milhões de dólares (953 milhões de reais na cotação da época), para uma receita de US$ 4,5 bilhões.
A empresa brasileira não esconde as ambições, apesar de seu modelo mais recente, o E195-E2 - considerado pelos uma boa aeronave pelos analistas - registrar vendas abaixo do esperado. Até o final de março, 189 exemplares foram encomendados.
"Nosso plano é alcançar US$ 8 bilhões (em receita) até 2027. Vamos voltar a entregar 100 aviões comerciais, 150 jatos executivos e os serviços quase dobrarão", afirmou o CEO Francisco Gomes Neto em uma entrevista à Aviation Week.
No ano passado, a Embraer entregou 57 aviões comerciais e 102 jatos executivos Phenom e Praetor.
O aumento do ritmo de produção será complicado em um cenário de retomada das atividades após a pandemia, no qual os fornecedores enfrentam problemas de abastecimento e de contratação.
"Durante a pandemia, nós conseguimos manter o quadro de funcionários e reforçamos o relacionamento com nossos fornecedores, com pessoas da Embraer que trabalham permanentemente com os fornecedores para evitar eventuais dificuldades, explicou Johann Bordais.
"Nosso objetivo de aumentar o ritmo faz sentido, não temos dúvida. Talvez, o fato de ser menor que as demais nos dê uma agilidade de decisão e ação", apontou.
Nesta quarta-feira (21), a terceira maior fabricante de aviões do mundo anunciou a assinatura de um contrato de vários anos para a manutenção da frota de 13 ERJ 135 e 145 da Amelia, uma companhia francesa especializada em aluguel de aviões com tripulação.
No Salão de Le Bourget, perto de Paris, a Embraer também apresenta dois exemplares do avião de transporte militar C-390, do qual o exército brasileiro recebeu seis das 19 aeronaves encomendadas. O avião também foi comprado por Portugal (5), Holanda (5) e Hungria (2).
"Os contatos aumentam para encontrar mais compradores, destacou Bordais.
LE BOURGET