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Estado de Minas PARIS

Países credores aceitam reestruturar dívida da Zâmbia


22/06/2023 15:46
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Os países credores da Zâmbia concordaram em reestruturar a dívida do país africano, anunciou uma fonte do governo francês, à margem de uma cúpula internacional em Paris, nesta quinta-feira (22).

"Hoje houve um acordo" para reestruturar a dívida de 6,3 bilhões de dólares da Zâmbia (em torno de 29,9 bilhões de reais na cotação atual), país que, em 2020, declarou moratória de pagamento, disse a fonte.

Até agora, as negociações estavam travadas por divergências entre credores ocidentais e chineses.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, já havia saudado o presidente zambiano, Hakainde Hichilema, durante o dia, em uma intervenção antes da cúpula, na qual destacou uma reestruturação "ágil e eficaz".

No final de 2022, a dívida total da Zâmbia era de 32,8 bilhões de dólares, sendo 18,6 bilhões de dólares com credores estrangeiros (respectivamente cerca de R$ 171 bilhões e R$ 97 bilhões na cotação da época), segundo dados do Ministério das Finanças.

Em novembro do ano passado, os credores de países vulneráveis concordaram em reescalonar a dívida do Chade, depois de se reunirem em uma "estrutura comum" sobre reestruturações da dívida sob a égide do G20.

Esse processo foi criticado, porém, pela lentidão resultante da discrepância de interesses de seus participantes.

A reestruturação da dívida externa da Zâmbia diz respeito aos empréstimos bilaterais, concedidos pelos Estados, no valor de 6,3 bilhões de dólares, dos quais 4,3 bilhões de dólares são devidos somente à China (29,9 bilhões de reais e 20,4 bilhões de dólares, respectivamente, na mesma cotação), disse a fonte francesa, que descreveu um "difícil" processo de negociação entre os credores.

Os credores privados, aos quais a Zâmbia deve 6,8 bilhões de dólares (aproximadamente 32 bilhões de reais, na cotação atual) terão que "fazer um esforço comparável" ao dos países, acrescentou a fonte, referindo-se a uma cláusula incluída no acordo desta quinta-feira, aprovada tanto pela Zâmbia quanto pelo FMI.

Outro segmento da dívida externa da Zâmbia corresponde a empréstimos concedidos pelo FMI, pelo Banco Mundial e por bancos multilaterais de desenvolvimento, que não podem ser reestruturados.


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