"Com uma maioria de 9 votos, a Corte invalida, por violações graves ao procedimento legislativo, o segundo decreto das reformas político-eleitorais" propostas pelo presidente Andrés Manuel López Obrador, informou a máxima instância mexicano em sua conta oficial no Twitter.
Apenas duas juízas, entre os 11 magistrados da Corte, votaram contra a invalidação da iniciativa do presidente, popularmente conhecida como "Plano B".
Com esse resultado, as leis de 2014 voltam a vigorar e a configuração do Instituto Nacional Eleitoral, responsável por organizar as eleições, permanece a mesma. O presidente acusa o INE de ser oneroso e de ter tolerado fraudes no passado.
Enquanto isso, o processo eleitoral começará na primeira semana de novembro e as pré-campanhas começarão na terceira semana de dezembro.
A votação desta quinta-feira na corte era previsível, depois que a mesma maioria de ministros anulou parte de um primeiro grupo de reformas propostas por López Obrador em 8 de maio, referentes à propaganda eleitoral e comunicação social.
Nesta ocasião, os ministros votaram a favor da invalidade da reforma devido a vícios de procedimento em sua aprovação, que ocorreu sem debate na Câmara dos Deputados em 6 de dezembro passado, poucas horas depois de o Executivo enviar a proposta.
"A Câmara dos Deputados nunca apresentou razões para justificar o trâmite urgente das iniciativas; os legisladores não tiveram oportunidade de conhecer as propostas porque não foram publicadas nem distribuídas com a antecedência exigida", afirmou o ministro Javier Laynez.
"É claro e evidente que o princípio da deliberação democrática foi violado", afirmou.
A juíza Yasmín Esquivel, próxima ao presidente e que votou contra a proposta, afirmou que a aprovação da reforma pela maioria dos legisladores do partido governista Morena foi um "exercício democrático" e alegou que os ministros que votaram pela invalidade incorreram em "uma franca violação ao princípio da separação de poderes".
Em abril, a Suprema Corte limitou a participação dos militares em tarefas de segurança pública ao anular a transferência de um corpo policial para o Exército, como proposto por López Obrador.