Em julho de 2020, as autoridades judiciais e policiais da França e da Holanda anunciaram o desmantelamento da EncroChat após infiltrar-se nela, em colaboração com a Europol e a organização europeia de cooperação judiciária Eurojust.
As operações executadas desde então levaram à prisão de 6.558 pessoas, incluindo 197 "alvos de alto valor" e à apreensão de 100 toneladas de cocaína, 160 toneladas de maconha, 923 armas e 271 casas ou propriedades, indicou a Europol.
De acordo com o comunicado enviado pela agência de cooperação policial, também foram apreendidos ou congelados cerca de 900 milhões de euros (US$ 985 milhões, R$ 4,6 bilhões na cotação atual) em ativos criminais. As penas impostas totalizam 7.134 anos de prisão.
"O desmantelamento da EncroChat em 2020 causou uma onda expansiva nos grupos do crime organizado na Europa e além", parabenizou a organização, que apresentou seu primeiro balanço de operações nesta terça-feira (27).
A infiltração nesse sistema, que prometia discrição absoluta e impossibilidade de rastreamento e cujos servidores estavam localizados na França, permitiu interceptar 115 milhões de "conversas criminosas" de cerca de 60.000 usuários.
As investigações realizadas posteriormente, graças às fartas informações sobre o crime organizado, permitiram prevenir "ataques violentos, tentativas de assassinato, corrupção e tráfico de drogas em grande escala".
"Os usuários estavam especialmente concentrados nos países de origem e de destino do tráfico ilegal de drogas, assim como em centros de lavagem de dinheiro", segundo a Europol, cujo comunicado não especificou os países.
Segundo a gendarmeria francesa, no Reino Unido "mais de 200 projetos de assassinato" foram interrompidos e as investigações conseguiram prender inclusive "um dos criminosos mais procurados do mundo", um dinamarquês preso em 2020 em Dubai por 17 assassinatos.