"O júri (o) considera culpado, por unanimidade, por 3 assassinatos e, por maioria, de 3 crimes contra a integridade moral com atenuante da dependência química", escreveu no Twitter o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC), após o julgamento em Barcelona.
"O cumprimento máximo será de 40 anos de prisão", afirmou o TSJC sobre este julgamento que começou em 12 de junho e no qual o acusado já havia admitido sua culpa.
No acordo que chegou com o Ministério Público, o acusado aceitou uma pena de 63 anos de prisão.
Entre o moradores de rua assassinados havia um marroquino de 23 anos, um espanhol de 67, e um francês de 32, explicou à AFP a Arrels Fundació (Fundação Raízes), uma associação catalã que cuida de pessoas que vivem nas ruas e que atuou como assistente de acusação no julgamento.
Os três assassinatos ocorreram no decorrer de 11 dias em abril de 2020, em locais centrais de Barcelona, e o suspeito foi detido nesse mesmo mês.
Segundo o promotor, o acusado tirou a vida das três pessoas "enquanto dormiam na via pública, se aproveitando de sua vulnerabilidade e da impossibilidade de pedir ajuda devido a situação de emergência e confinamento da população", informou o TSJC.
Após sua detenção, a polícia catalã destacou a violência "desmedida e gratuita" que usou contra suas vítimas.
A Espanha decretou estado de emergência pela pandemia de covid em 14 de março de 2020, dando início ao confinamento total da população, que durou um mês, seguido pela imposição de rígidas restrições aos deslocamentos até maio de 2021.
Segundo o último balanço da Arrels, de 2022, mais de 1.200 pessoas vivem nas ruas em Barcelona e, desde 2015 até então, mais de 400 morreram devido ao frio, doenças ou violência.
BARCELONA