López Miera foi recebido ontem com honras militares por seu par, Sergei Shoigu, alvo de fortes críticas do líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgueni Prigozhin, por seu desempenho na guerra da Ucrânia.
"A Rússia planeja desenvolver de maneira conjunta com Cuba uma série de projetos no campo técnico-militar", disse Shoigu a López Miera, durante conversas no ministério da Defesa, segundo o jornal oficial "Granma".
O diário cubano informou que Shoigu destacou que "Cuba foi e segue sendo o aliado mais importante da Rússia na região", e propôs ao seu contraparte cubano uma aproximação entre os dois ministérios.
"Proponho abordar detalhadamente todos os projetos existentes e promissores no âmbito militar", acrescentou o ministro da Defesa russo, segundo a agência de notícias Sputnik.
A visita do ministro cubano ocorre em um contexto de estreita aproximação política e diplomática com a Rússia, cujos altos dirigentes expressaram vontade de apoiar a ilha, que enfrenta a sua pior crise econômica desde o fim do bloco soviético, em 1991.
"A Rússia está disposta a ajudar Cuba" frente às sanções dos Estados Unidos, disse López Miera, segundo o Granma. Sua viagem, que não foi anunciada pelos meios oficiais cubanos, ocorre dias depois de o primeiro-ministro Manuel Marrero concluir uma visita oficial de 11 dias à Rússia, durante a qual verificou a evolução dos acordos de cooperação em energia, turismo e transporte.
Marrero reuniu-se na Rússia com as maiores autoridades do país, incluindo o presidente, Vladimir Putin, o vice-presidente do Conselho de Segurança, Dimitri Medvedev, e o primeiro-ministro, Mikhail Mishustin, aos quais reiterou a "posição firme" de Cuba "contra as sanções unilaterais do Ocidente", segundo meios locais e russos.
Cuba é alvo de um embargo econômico de Washington há mais de 60 anos, endurecido por Donald Trump durante seu mandato, algo que seu sucessor, Joe Biden, não reverteu. Já a Rússia foi sancionada por EUA, Canadá e União Europeia após o início de sua invasão à Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
"As sanções ilegais sob as quais Cuba vive continuam há décadas. Faremos tudo para que nossa interação econômica ajude a superar estas dificuldades impostas pelo exterior", disse Putin a Marrero, segundo o site da presidência russa.