O anúncio aconteceu em plena contraofensiva ucraniana, iniciada em junho com o objetivo de recuperar os territórios conquistados pelas forças russas desde o começo da operação militar em fevereiro de 2022.
"Esta manhã nós impedimos uma tentativa do regime de Kiev de cometer um ato terrorista com cinco drones direcionados contra pontos na região de Moscou e nas proximidades da capital russa", afirmou o ministério russo da Defesa em um comunicado.
Quatro drones foram destruídos pela defesa antiaérea perto da capital russa e o quinto foi neutralizado por "recursos de guerra eletrônica" antes de cair na região de Moscou, acrescentou o ministério.
O ataque não provocou vítimas ou danos, segundo as autoridades.
"Todos os ataques foram impedidos pela defesa antiaérea, todos os drones detectados foram neutralizados", celebrou no Telegram o prefeito de Moscou, Serguei Sobianin.
Um dos drones foi neutralizado perto de Kubinka, a 40 quilômetros do aeroporto moscovita de Vnukovo, o que afetou as operações do terminal, de acordo com as autoridades locais, citadas pela agência estatal RIA Novosti.
Muitos voos foram desviados para outros destinos durante a madrugada. O aeroporto voltou a operar às 5H00 GMT (2H00 de Brasília), segundo a agência russa de transporte aéreo Rosaviatsia.
O quinto drone foi derrubado na região de Kaluga, ao sudoeste de Moscou, informou a agência oficial TASS.
- Rússia acusa o Ocidente -
Depois do ataque, o ministério russo das Relações Exteriores denunciou um "ato terrorista" de Kiev.
"Uma tentativa do regime de Kiev de atacar uma área onde ficam pontos de infraestrutura civil, incluindo um aeroporto que recebe voos internacionais, é um novo ato terrorista", declarou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova.
"Como o presidente ucraniano Volodimir Zelensky comete estes atos terroristas utilizando armas fornecidas pelo Ocidente ou compradas com financiamento ocidental, trata-se de terrorismo internacional", acrescentou.
"A comunidade internacional deve compreender que Estados Unidos, Reino Unido e França, membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, estão financiando um regime terrorista", insistiu Zakharova.
A mais de 500 quilômetros de distância da fronteira com a Ucrânia, Moscou e sua região foram alvos de poucos ataques de drones até o momento, mas operações do mesmo tipo aumentaram em outras áreas do país nos últimos meses.
Em 21 de junho, a Rússia anunciou a interceptação de três drones na região de sua capital, dois deles perto de uma base militar, e acusou Kiev pelo ataque.
No início de maio, dois drones tentaram atingir o Kremlin em Moscou. No final do mês, outros aparelhos atingiram edifícios da capital.
Na frente de batalha, a Ucrânia afirmou na segunda-feira que recuperou 37 quilômetros quadrados no leste e sul após uma semana "difícil" na contraofensiva, mas admitiu que as tropas russas atacam as forças de Kiev em outras regiões.
A operação iniciada em junho por Kiev registra avanços limitados até o momento, devido à intensa defesa da Rússia e à falta de recursos aéreos e de munições de artilharia.
MOSCOU