Stadler, que foi executivo da montadora de 2007 a 2018, e outros dois condenados "recorreram da sentença de 27 de junho por meio de seus advogados", informou o tribunal regional de Munique em um comunicado.
Stadler, o primeiro dirigente do grupo Volkswagen a ser julgado no "Dieselgate", foi condenado na semana passada a 21 meses de prisão sob sursis (suspensão condicional da pena) e a pagar uma multa de 1,1 milhão de euros (1,2 milhão de dólares, ou R$ 5,7 milhões na cotação atual), após um longo julgamento iniciado em setembro de 2020.
O ex-executivo, de 60 anos, teve, "no mais tardar" em julho de 2016, "conhecimento" de que estavam sendo instalados dispositivos ilegais em modelos das marcas Audi e VW, mas sem tomar as "medidas necessárias" para interromper sua comercialização, explicou o juiz Stefan Weickert durante a leitura da sentença.
O réu sempre contestou os fatos imputados antes de aceitar, no final do julgamento, fazer a confissão completa do crime de "fraude por omissão", do qual estava sendo acusado, por proposta do tribunal.
Embora tenha conseguido evitar uma sentença que poderia chegar a até dez anos de prisão em regime fechado, seus advogados agora parecem querer isentá-lo de qualquer condenação.
Os outros dois condenados que apelaram são o ex-diretor técnico da Audi e da Porsche Wolfgang Hatz e seu então braço direito na Audi, Giovanni Pamio. Ambos foram condenados a penas de prisão sob sursis com multas monetárias.
O tribunal tem agora até abril para justificar sua sentença por escrito e transmiti-la às partes.
O "Dieselgate" causou um escândalo mundial e afetou gravemente a reputação da indústria automobilística alemã.
Em 2015, após denúncias da Agência Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês), a Volkswagen reconheceu ter equipado 11 milhões de motores do tipo "EA 189" em seus veículos a diesel com um programa capaz de fazê-los parecer menos poluentes em testes de laboratório e rodoviários.
Desde então, o grupo Volkswagen teve de pagar mais de 30 bilhões de euros (cerca de 33 bilhões de dólares, ou 158,7 bilhões de reais na cotação atual) em reembolsos, indenizações e custos judiciais. A maior parte da quantia foi nos Estados Unidos.
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FRANKFURT