A polícia israelense recebeu denúncias de "um carro que atacou vários civis" no norte de Tel Aviv.
O chefe da polícia, Yaakov Shabtai, declarou que o "terrorista" era um morador da Cisjordânia e que havia sido morto por um civil.
Os médicos informaram que cinco feridos foram levados para hospitais, mas a polícia anunciou que o ataque deixou sete vítimas no total.
O incidente ocorre no segundo dia da maior incursão militar israelense em anos em Jenin, no norte da Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967.
O movimento islamista Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007, comemorou um ataque "heroico" e afirmou que foi "uma primeira resposta aos crimes cometidos contra nosso povo no acampamento de Jenin".
Tanto a cidade quanto seu campo de refugiados, reduto de grupos armados palestinos, foram palcos de várias incursões israelenses recentes.
- "Guerra aberta contra a população" -
Na operação, iniciada pelo governo mais à direita da história de Israel, são usados veículos blindados, retroescavadeiras militares e drones.
O exército bombardeou um "centro de operações conjuntas" que, segundo os militares, serve de ponto de comando da "Brigada Jenin", um grupo militante local. Também atingiu um depósito de armas, um local de "observação e reconhecimento" e um esconderijo para proteger os autores de supostos ataques contra alvos israelenses, detalhou.
Desde a segunda-feira, "120 suspeitos palestinos" foram detidos e "cerca de 300 terroristas armados ainda estão em Jenin, a maioria deles escondidos", informou a corporação.
"Agiremos o tempo que for necessário para erradicar o terrorismo", afirmou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ao visitar nesta terça-feira uma base militar próxima.
De acordo com o Ministério da Saúde palestino, 10 palestinos morreram e 100 ficaram feridos, 20 deles em estado grave.
O Ministério das Relações Exteriores palestino denunciou "uma guerra aberta contra a população de Jenin".
Os confrontos entre as forças israelenses e os palestinos provocaram, na noite de segunda-feira, a fuga de "cerca de 3.000" habitantes do campo, onde vivem 18.000 palestinos, segundo o vice-governador de Jenin, Kamal Abu al-Rub.
Os palestinos atiraram pedras contra soldados israelenses durante os ataques com drones.
Também foram registrados confrontos entre soldados e homens armados em uma mesquita do acampamento, segundo o Exército, onde informou ter encontrado armas e explosivos.
- Reunião da Liga Árabe -
"Há bombardeios aéreos e uma invasão terrestre", relatou na segunda Mahmud al Saadi, diretor da organização Crescente Vermelho palestino em Jenin.
"Várias casas e locais foram bombardeados (...) Há fumaça saindo por todas as partes", acrescentou.
Qasem Benighader, um enfermeiro de 35 anos que trabalha no hospital, declarou: "Este é o pior ataque em cinco anos".
Segundo outro médico do hospital Ibn Sina, alguns dos feridos morreram porque não foram atendidos a tempo.
"Alguns morreram e a condição de outros piorou", disse o médico Tawfeek al-Shobaki nesta terça-feira.
Em junho, sete pessoas morreram em outra intervenção do Exército neste campo de refugiados.
Pouco depois, quatro israelenses foram mortos por dois palestinos perto do assentamento judeu de Eli (norte).
"Todas as opções estão sobre a mesa para atingir o inimigo", alertou a Jihad Islâmica palestina na segunda-feira.
No campo diplomático, a Liga Árabe convocou uma reunião de emergência para esta terça-feira.
A Jordânia e os Emirados Árabes Unidos, países que mantêm relações diplomáticas com Israel, denunciaram a incursão.
"Os assassinatos, os atentados contra a integridade física e a destruição de bens devem cessar", pediu o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk
Os Estados Unidos declararam, por sua vez, apoiar "a segurança de Israel e seu direito a defender sua população".
Dese o início do ano, a violência relacionada ao conflito israelense-palestino matou pelo menos 187 palestinos, 25 israelenses, um ucraniano e um italiano, segundo um balanço da AFP com base em fontes oficiais.
TEL AVIV