O ELN (guevarista), que negocia a paz com o governo do presidente Gustavo Petro, "sequestrou a segundo-sargento Ghislaine Karina Ramírez e seus dois filhos" na noite de 3 de julho quando a família viajava de carro na fronteira com a Venezuela, indicou o Exército em nota.
Os comandos rebeldes e o governo dialogam desde novembro para encerrar seis décadas de conflito armado. As partes já concordaram com um cessar das operações ofensivas a partir desta quinta-feira e, de 3 de agosto em diante, a trégua incluirá também o fim das extorsões, sequestros e outros crimes.
"Repudiamos veementemente o sequestro em Arauca (...) A Força Pública não descansará até encontrá-los. Este é um crime que sempre será punido e que não tem nenhuma justificativa", indicou o Ministério da Defesa em sua conta no Twitter.
Gerardo Ramírez, pai da mulher sequestrada, contou à Blu Radio que Ghislaine, de 32 anos, viajava em seu carro particular com as crianças de sua casa, em Melgar (departamento de Tolima), a Arauca (nordeste), para onde ela havia sido transferida pelo Exército.
"Isto é difícil, é triste porque são crianças (...) E nós somos muito humildes", disse.
A violência se intensificou às vésperas do início da trégua. Três policiais foram assassinados na terça-feira em Norte de Santander, vizinho da Venezuela. Dois deles foram mortos por assassinos de aluguel, enquanto outro morreu atingido por disparos de um franco-atirador. Os fatos estão em investigação.
Na semana passada, soldados mataram seis guerrilheiros em Arauca, também próxima à Venezuela.
Segundo o ministro de Defesa, Iván Velásquez, uma facção do ELN no departamento de Chocó (noroeste) não aderiu ao cessar-fogo e se encontra em "paralisação armada".
Se a trégua for respeitada, será o período mais longo de suspensão das hostilidades entre as forças estatais e a guerrilha.
As partes voltarão a se reunir em 14 de agosto na Venezuela para continuar os diálogos de paz.
Fundado no calor da Revolução Cubana, em 1964, o ELN conta com quase 5.900 combatentes, segundo números oficiais de 2022.
O primeiro governo de esquerda da história da Colômbia quer encerrar este antigo conflito por meio do diálogo com todas as organizações armadas.