"Os Estados Unidos compartilham o compromisso sentido em toda a região de ajudar o povo haitiano a moldar o seu futuro para restaurar a ordem democrática do país por meio de eleições livres e justas", disse Blinken aos líderes reunidos em Trinidad e Tobago.
A visita do secretário de Estado ocorre no momento em que crescem os apelos, especialmente da ONU, para o envio de uma força de segurança ao país mais pobre das Américas, onde a situação humanitária piora a cada dia.
"Os haitianos não podem alcançar estes objetivos críticos sem segurança", ressaltou Blinken. "Por isso, continuamos sendo o maior doador internacional à Polícia Nacional do Haiti. Por isso, apoiamos o apelo do governo daquele país por uma força multinacional que nos ajude a restaurar a segurança."
Blinken não detalhou quem poderia comandar a força multinacional, uma ideia promovida pelo primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, com quem o secretário americano irá se reunir.
Henry pediu uma intervenção internacional em seu país há quase um ano, mas nenhum país se declarou disposto a comandar a operação.
O apelo conta com o apoio do secretário-geral da ONU, António Guterres, que, em seu discurso na abertura da cúpula da Caricom na segunda-feira, afirmou que vai continuar a "pressionar por uma força de segurança internacional sólida, autorizada pelo Conselho de Segurança, para ajudar a polícia nacional haitiana a derrotar e desmantelar as gangues".
Brasil e Canadá são os mais envolvidos nas discussões, mas os Estados Unidos preferem o reforço das forças de segurança locais.
De fato, no encontro, o secretário vai "exortar" Henry a trabalhar para "ampliar o consenso político" e "encontrar uma solução política que devolva o Haiti à ordem democrática", disse o chefe do Departamento de Estado para a região na semana passada.
Guterres fez um apelo para que "não se esqueça do Haiti", país onde esteve no sábado em visita que foi mantida em segredo até desembarcar em Porto Príncipe.
O país não realiza eleições desde 2016. Henry, nomeado apenas 48 horas antes de o último presidente, Jovenel Moise, ser assassinado em julho de 2021, enfrenta dúvidas sobre sua legitimidade.
A agenda de Blinken inclui um encontro com o primeiro-ministro de Trinidad, Keith Rowley, na quinta-feira, antes de partir para a Guiana, onde ficará por algumas horas.