Jornal Estado de Minas

KIEV

Simpatizantes do mosteiro de Kiev enfrentam polícia contra desocupação

Os ucranianos leais ao braço moscovita da Igreja Ortodoxa entraram em confronto com a polícia nesta quinta-feira (6), depois que os sacerdotes se recusaram a desocupar vários prédios do histórico Mosteiro de Pechersk Lavra, em Kiev.



Em março, a Ucrânia transferiu a jurisdição do santuário do século XI, um dos locais mais sagrados da ortodoxia oriental, para a Igreja Ortodoxa Independente da Ucrânia.

A decisão resultou na desocupação dos clérigos do patriarcado de Moscou, aos quais o governo ucraniano acusa de manter laços políticos com a Rússia durante a invasão da Ucrânia.

Alguns deles recorreram à Justiça e se negaram a abandonar uma série de prédios do mosteiro, principalmente administrativos, até que o processo judicial fosse concluído.

Um grupo de simpatizantes saiu em sua defesa nesta quinta-feira, rezando em frente ao mosteiro, enquanto a polícia cercava o acesso aos prédios.

O Ministério da Cultura da Ucrânia alertou, no início desta semana, que os prédios seriam fechados se não fossem entregues às autoridades ucranianas até 4 de julho.

"Esta manhã eles arrombaram as fechaduras", declarou a Igreja Ortodoxa ucraniana do patriarcado moscovita em um comunicado.

Entre os prédios afetados está a residência de seu líder, o arcebispo metropolitano Onufriy, mas não estava claro se o eclesiástico estava dentro no momento dos acontecimentos.

Onufriy se distanciou do patriarca Cirilo durante a invasão russa.

A igreja divulgou um vídeo de um homem com uma bandeira ucraniana sendo arrastado pela polícia.

O ministro ucraniano da Cultura, Oleksandr Tkachenko, defendeu a desocupação dos prédios, afirmando que os clérigos tinham "retratos de imperadores russos", e agradeceu aos agentes da lei por sua intervenção.