Os disparos aconteceram na área de fronteira entre o Líbano e o território sírio de Golã, ocupado e anexado por Israel.
"Um disparo foi executado do território libanês que explodiu próximo à fronteira em território israelense", afirmou o exército em um comunicado, que pouco depois especificou à AFP que foi um disparo de morteiro.
"Em resposta, o Exército está atacando a área de onde o disparo foi executado", acrescentou o comunicado.
No Líbano, a agência oficial de notícias Ani informou que "um bombardeio israelense acontece neste momento nos arredores da localidade de Kfarchuba", na fronteira.
Segundo esta fonte, mais de 15 disparos de obuses de calibre 155 mm foram registrados.
O incidente ocorre três meses depois do confronto mais grave entre os dois países nos últimos anos, após ataques com foguetes do Líbano contra Israel.
Também coincide com uma vasta operação militar israelense no território palestino da Cisjordânia, ocupado por Israel há 56 anos.
- Muro de concreto -
Antes do ataque, o movimento libanês Hezbollah havia denunciado nesta quinta-feira a decisão israelense de construir um muro ao redor da vila de Ghajar, abrangendo a parte ocupada por Israel do Golã sírio e do Líbano.
Após a retirada israelense do sul do Líbano em 2000, que pôs fim a 22 anos de ocupação, a ONU estabeleceu a fronteira entre os dois países.
Esta linha coloca a parte norte de Ghajar no Líbano e a parte sul na parte do Golã anexada e ocupada por Israel.
O Hezbollah denunciou em comunicado a instalação de "uma cerca de arame farpado e a construção de um muro de concreto ao redor de toda a cidade", que agora "separa esta aldeia de seu entorno natural e histórico dentro do território libanês".
Segundo o movimento libanês, trata-se de "uma ocupação total da parte libanesa da cidade de Ghajar pela força das armas e a imposição de um fato consumado" e pediu às autoridades e aos libaneses que "tomem medidas para impedir a consolidação desta ocupação".
A diplomacia libanesa denunciou na terça-feira a tentativa de Israel de anexar a parte norte de Ghajar e denunciou "sérios ataques à estabilidade e ao 'status quo'", assim como uma "violação flagrante da resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU", adotada depois da guerra entre Israel e Hezbollah em 2006.
A Força Provisória das Nações Unidas no Líbano (Fpnul), destacada no sul do país para garantir a manutenção da trégua com Israel, exortou as partes nesta quinta-feira a "exercerem moderação e evitarem qualquer ação que possa provocar uma nova escalada".
O movimento pró-iraniano Hezbollah, criado após a invasão israelense do Líbano em 1982, é a única formação libanesa que mantém suas armas desde o fim da guerra civil (1975-1990), em nome da "resistência" contra Israel.
Em maio, o movimento organizou suas maiores manobras em anos no sul do Líbano, revelou que possui armas pesadas e simulou ataques em solo israelense, segundo jornalistas da AFP no local.
JERUSALÉM