Jornal Estado de Minas

BRASÍLIA

Bolsonaro nega participação em suposto plano para impedir posse de Lula

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou, nesta quarta-feira (12), sua participação em um suposto plano para impedir a posse de seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, em declarações à Polícia Federal (PF) em Brasília.



Bolsonaro chegou à sede da PF por volta das 13h40 e deixou o prédio quase três horas depois, segundo a mídia local.

"Não tinha nenhum plano", disse o ex-mandatário a jornalistas durante sua saída.

O senador Marcos do Val (Podemos-ES), que era aliado do então presidente, disse, em fevereiro, aos meios de comunicação, ter participado de uma suposta reunião com Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) em dezembro, na qual tramou-se um plano para impedir a chegada de Lula ao poder.

O suposto plano, segundo do Val, consistia em forçar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, a dizer algo comprometedor e gravá-lo secretamente para incriminá-lo.

Os eleitores de Bolsonaro acusam o magistrado de interferir na campanha eleitoral a favor de Lula.

Do Val inicialmente disse à revista Veja que Bolsonaro apresentou o plano a ele, mas depois mudou sua versão, afirmando que o ex-presidente ficou "em silêncio" durante a reunião.

É a quarta vez neste ano que Bolsonaro se apresenta à PF para prestar depoimentos no âmbito de uma investigação.



Em maio, o ex-presidente negou sua participação na suposta falsificação de certificados de vacinação contra a covid-19 investigada pelas autoridades.

Anteriormente, ele compareceu para negar qualquer participação nos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília em janeiro, perpetrados por seus apoiadores. E também pela entrada irregular no Brasil de valiosas joias presenteadas pela Arábia Saudita em 2021.

Há duas semanas, Bolsonaro foi declarado inelegível por oito anos pelo TSE por ter "abusado do poder" ao disseminar desinformação sobre o sistema eleitoral brasileiro.

O ex-presidente, que ficou excluído das próximas eleições presidenciais em 2026, enfrenta mais de uma dezena de outros processos administrativos no tribunal eleitoral e é alvo de cinco investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), com possíveis penas de prisão.