Milhares de médicos de hospitais ingleses iniciaram nesta quinta-feira (13) uma greve de cinco dias, uma paralisação das atividades de duração inédita, para reivindicar aumento salarial em meio à crise do custo de vida.
Os médicos auxiliares, estatuto similar ao do médico residente interno, iniciaram a greve às 7h00 locais (3h00 em Brasília) e voltarão a trabalhar apenas na terça-feira (18), no mesmo horário.
Já os médicos mais qualificados, com "status" de "consultores", apresentaram aviso de greve para 20 e 21 de julho.
Esta é a greve contínua mais longa dos médicos nos 75 anos de história da Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês), de acordo com o sindicato British Medical Association (BMA).
A paralisação acontece no momento em que o governo deve votar uma medida sobre o aumento salarial do setor público, enquanto a inflação permanece em 8,7%, a mais elevada entre os países do G7.
No Reino Unido, os auxiliares representam quase metade de todos os médicos dos hospitais. O estatuto inclui nessa categoria desde jovens médicos recém-formaos até outros com mais de oito anos de experiência. Nos últimos meses, eles aumentaram suas mobilizações.
Arjan Sing, um médico de 27 anos, sentou-se em um piquete do lado de fora do University College Hospital, em Londres.
"O NHS funciona, graças à boa vontade (dos funcionários), e esta é a última chance de mudar isso", disse.
Alguns de seus colegas cogitam a mudança para países que "se preocupam com os seus médicos", acrescentou.
"Acho que algo deve mudar, mas temo que as pessoas, ou o governo, não escutem, e que vejamos uma erosão gradual do NHS que todo mundo ama", disse sua colega Rebecca Lissman, 29 anos.
Os médicos denunciam que, nos últimos 15 anos, a categoria sofreu uma perda salarial de 26% em termos reais, já que os salários não acompanharam o ritmo da inflação.
- Salários em discussão -
Eles querem recuperar os níveis salariais de 2008-2009, mas o governo alega que isso implicaria um aumento salarial médio de 35% este ano e que é muito caro.
"Podemos cancelar esta greve se o governo britânico seguir o exemplo do governo escocês, que fez uma nova oferta que levou à suspensão do movimento", afirmaram Robert Laurenson e Vivek Trived, diretores da BMA.
Quando a greve foi anunciada no final de junho, um porta-voz do Ministério da Saúde considerou esta nova mobilização "extremamente decepcionante" e destacou que "os cinco dias de greve provocariam transtornos significativos para os pacientes e colocariam outras categorias de funcionários do NHS sob pressão".
O governo conservador do primeiro-ministro Rishi Sunak se declarou disposto a "continuar as discussões", caso a greve fosse cancelada e se os manifestantes abandonassem as "exigências salariais insensatas".
O NHS atravessa uma profunda crise, fragilizado pelas políticas de austeridade e pelas consequências da pandemia da covid-19.
De acordo com dados da BMA, em abril havia 7,42 milhões de pessoas à espera de tratamento na Inglaterra, com pouco mais de 3 milhões de pacientes esperando há mais de 18 meses.
Os médicos auxiliares, estatuto similar ao do médico residente interno, iniciaram a greve às 7h00 locais (3h00 em Brasília) e voltarão a trabalhar apenas na terça-feira (18), no mesmo horário.
Já os médicos mais qualificados, com "status" de "consultores", apresentaram aviso de greve para 20 e 21 de julho.
Esta é a greve contínua mais longa dos médicos nos 75 anos de história da Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês), de acordo com o sindicato British Medical Association (BMA).
A paralisação acontece no momento em que o governo deve votar uma medida sobre o aumento salarial do setor público, enquanto a inflação permanece em 8,7%, a mais elevada entre os países do G7.
No Reino Unido, os auxiliares representam quase metade de todos os médicos dos hospitais. O estatuto inclui nessa categoria desde jovens médicos recém-formaos até outros com mais de oito anos de experiência. Nos últimos meses, eles aumentaram suas mobilizações.
Arjan Sing, um médico de 27 anos, sentou-se em um piquete do lado de fora do University College Hospital, em Londres.
"O NHS funciona, graças à boa vontade (dos funcionários), e esta é a última chance de mudar isso", disse.
Alguns de seus colegas cogitam a mudança para países que "se preocupam com os seus médicos", acrescentou.
"Acho que algo deve mudar, mas temo que as pessoas, ou o governo, não escutem, e que vejamos uma erosão gradual do NHS que todo mundo ama", disse sua colega Rebecca Lissman, 29 anos.
Os médicos denunciam que, nos últimos 15 anos, a categoria sofreu uma perda salarial de 26% em termos reais, já que os salários não acompanharam o ritmo da inflação.
- Salários em discussão -
Eles querem recuperar os níveis salariais de 2008-2009, mas o governo alega que isso implicaria um aumento salarial médio de 35% este ano e que é muito caro.
"Podemos cancelar esta greve se o governo britânico seguir o exemplo do governo escocês, que fez uma nova oferta que levou à suspensão do movimento", afirmaram Robert Laurenson e Vivek Trived, diretores da BMA.
Quando a greve foi anunciada no final de junho, um porta-voz do Ministério da Saúde considerou esta nova mobilização "extremamente decepcionante" e destacou que "os cinco dias de greve provocariam transtornos significativos para os pacientes e colocariam outras categorias de funcionários do NHS sob pressão".
O governo conservador do primeiro-ministro Rishi Sunak se declarou disposto a "continuar as discussões", caso a greve fosse cancelada e se os manifestantes abandonassem as "exigências salariais insensatas".
O NHS atravessa uma profunda crise, fragilizado pelas políticas de austeridade e pelas consequências da pandemia da covid-19.
De acordo com dados da BMA, em abril havia 7,42 milhões de pessoas à espera de tratamento na Inglaterra, com pouco mais de 3 milhões de pacientes esperando há mais de 18 meses.