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Estado de Minas MADRI

Espanha extradita ex-chefe da Inteligência venezuelana para EUA


19/07/2023 17:00
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O ex-chefe de Inteligência Militar da Venezuela, Hugo "Pollo" Carvajal, que foi muito próximo do presidente Hugo Chávez, saiu da Espanha nesta quarta-feira (19), extraditado para os Estados Unidos, onde é acusado de tráfico de drogas, informaram sua advogada e fontes judiciais.

"Sim", respondeu sua advogada, María Dolores de Argüelles, quando questionada se Carvajal saiu do país rumo aos Estados Unidos. Fontes da Justiça espanhola também confirmaram a notícia.

Nenhuma das duas fontes pôde confirmar com certeza para qual cidade ele foi transferido, mas Carvajal tem um caso aberto em Nova York.

A extradição aconteceu um dia depois de a Audiência Nacional espanhola - um alto tribunal do país - ter ordenado "a entrega imediata de Hugo Armando Carvajal Barrios às autoridades dos Estados Unidos", anunciou em comunicado.

A Audiência Nacional deu o sinal verde final depois que o Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH) rejeitou o último recurso de Carvajal, conhecido em seu país como "El Pollo", que pediu para evitar sua extradição, alegando que poderia ser condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos sem possibilidade de recurso.

O TEDH afirmou sua convicção de que Carvajal será "julgado em um sistema judicial que respeita o Estado de Direito e os princípios de um julgamento justo" e que terá "plena oportunidade de organizar sua defesa com a ajuda de um advogado".

A transferência põe fim à longa batalha judicial que o ex-funcionário travou para evitar ser entregue desde que foi preso na capital espanhola, em abril de 2019.

- Queda em desgraça e fuga -

Desde sua prisão em Madri, Carvajal tentou inúmeros recursos e, inclusive, ficou foragido por mais de 20 meses desde que a Audiência Nacional inicialmente aprovou sua extradição em novembro de 2019.

Em sua fuga, o general aposentado de 63 anos passou por cirurgias estéticas, usava bigodes e perucas postiças e mudava de endereço a cada três meses, segundo a polícia, que o prendeu novamente na capital espanhola em setembro de 2021.

Figura de peso no regime chavista durante anos, Carvajal foi criticado por Nicolás Maduro por ter apoiado publicamente seu opositor, Juan Guaidó, quando este se autoproclamou presidente da Venezuela em fevereiro de 2019.

As autoridades venezuelanas o acusam de traição, conspiração continuada, financiamento do terrorismo e associação criminosa. Ele também é denunciado por ter pertencido a um cartel junto com outras autoridades venezuelanas que traficavam drogas com a antiga guerrilha colombiana das Farc.

O presidente do Parlamento do país sul-americano, o poderoso líder chavista Jorge Rodríguez, pediu aos Estados Unidos que o entregassem.

"Espero que os Estados Unidos e a Espanha não tenham feito isso. Deveriam ter feito de acordo com os tratados de extradição que a Venezuela tem com diferentes países do mundo, entreguem à Venezuela um criminoso como Hugo Carvajal", disse ele em uma coletiva de imprensa.

Em 2021, um tribunal de Nova York o acusou de ter coordenado o envio de 5,6 toneladas de cocaína da Venezuela para o México em 2006, que posteriormente chegaram aos Estados Unidos, atos que podem levar a uma condenação perpétua.

O ex-chefe de Inteligência nega as acusações e, em uma carta aberta publicada nas redes sociais em 2021, afirma que "a pressão política dos Estados Unidos pode dobrar o Estado espanhol e eles acabem violando as leis que faltam para agradar aos políticos gringos".

"Se isso acontecer, meu espírito permanecerá o mesmo. Ainda confio que a verdade e a justiça prevalecerão", concluiu.


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