Jornal Estado de Minas

WASHINGTON

As acusações contra Trump no caso dos documentos confidenciais

o ex-presidente republicano e pré-candidato às presidenciais de 2024, Donald Trump, enfrentará acusações graves por ter documentos altamente confidenciais em sua casa na Flórida, em um julgamento que começará em 20 de maio de 2024, meses antes das eleições.



Em junho, a acusação afirmou que Trump guardou esses arquivos sem tomar medidas de segurança em sua mansão de Mar-a-Lago em Palm Beach. As caixas contêm documentos nucleares e de defesa do Pentágono, da CIA e da Agência de Segurança Nacional.

O ex-presidente os levou quando deixou a Casa Branca em 2021, apesar de a legislação americana exigir que os registros presidenciais sejam entregues aos Arquivos Nacionais.

Os promotores afirmam que o empresário teve muitas oportunidades de devolvê-los. As autoridades revistaram sua casa de Mar-a-Lago em agosto do ano passado, após obterem provas de que ele conservou, com conhecimento de causa, mais de 100 arquivos classificados.

As caixas e pastas com os documentos foram encontradas no escritório do ex-presidente, em um salão de festas, um banheiro, seu quarto e uma despensa, segundo a acusação.

Em ao menos duas ocasiões, segundo os promotores, Trump mostrou documentos classificados sobre operações e planos militares americanos a pessoas não autorizadas, em seu clube de golfe de Bedminster (Nova Jersey).



"Os documentos sigilosos que Trump guardava nas caixas incluíam informação relativa às capacidades de defesa e armamento tanto dos Estados Unidos como de países estrangeiros", argumenta a acusação.

"A divulgação não autorizada desses documentos classificados poderia pôr em risco a segurança nacional dos Estados Unidos, as relações exteriores, a segurança do Exército americano e as fontes", acrescenta.

A acusação inclui 37 crimes contra o ex-presidente. Trinta e um deles por "retenção deliberada de informação de defesa nacional". Cada denúncia corresponde a um documento específico.

Os registros enumerados incluíam informação sobre programas nucleares americanos e possíveis vulnerabilidades dos Estados Unidos e seus aliados ante ataques militares, ao lado de planos de retaliação, segundo a acusação.

Uma condenação por cada uma das 31 acusações de "retenção deliberada" pode acarretar a até dez anos de prisão.

As outras seis acusações são por obstrução da Justiça, punível com até 20 anos de prisão, ocultação de um documento ou registro, que também acarreta a mesma pena, e declarações falsas.

Walt Nauta, assessor pessoal de Trump, também será julgado, acusado de seis crimes por ter ajudado o ex-presidente a esconder documentos em Mar-a-Lago.

Trump e Nauta declararam-se não culpados.

O magnata americano alega que, como ex-presidente, tinha direito a conservar os documentos. Também disse, sem mostrar provas, que durante sua presidência havia desclassificado os documentos em questão.