O 'Relógio do Clima' foi exibido por meio de iluminação na estátua do Cristo Redentor com vista para o Rio de Janeiro. O relógio indica o tempo que resta para limitar o aquecimento global a 1,5 grau, a meta estabelecida no Acordo de Paris.
Criado por grupo internacional de cientistas e de ativistas, ele marca o prazo que resta para que seja mantido o aumento médio da temperatura terrestre em níveis minimamente seguros para a humanidade.
O relógio continuará regredindo no tempo e quando atingir a zero significará que todo o orçamento de carbono estará esgotado e a probabilidade de impactos climáticos globais devastadores será muito alta. A iniciativa surgiu a partir de eventos climáticos extremos que têm ocorrido com frequência cada vez maior ao redor do mundo.
“Quando o cálculo foi feito em 2015, a gente estava em um ritmo de emissões em que os cientistas falaram que a gente teria até 2030 para tentar ficar dentro do limite de 1,5°C. Agora é antes disso, a gente está falando em menos de seis anos”, disse à Agência Brasil Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, que é o responsável pela ação do Relógio do Clima no Brasil.
Na projeção no Cristo Redentor, é a primeira vez em que o Relógio do Clima marca prazo menor que seis anos para zerar o orçamento de carbono. Na projeção está a contagem regressiva: "5 anos 364 dias; empresas vocês podem mudar o mundo''
O Acordo de Paris
O Brasil é um dos 196 países signatários do acordo fechado em 2015.
O Acordo de Paris estabelece uma série de ações a serem seguidas pelos países signatários para reduzir as emissões dos gases do efeito estufa. O documento substituiu o Protocolo de Kyoto, primeiro acordo internacional para o controle de emissão de gases do efeito estufa, assinado em 1997 no Japão.
- No gelo do Ártico, uma corrida contra o tempo para salvar a memória do clima
O Acordo de Paris foi assinado em 12 de dezembro de 2015 e passou a valer em 4 de novembro de 2016 – era necessário que países responsáveis por cerca de 55% das emissões no planeta ratificassem esse compromisso mundial para que o documento tivesse validade.
As metas de cada país formam a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês). O Brasil apresentou como meta a redução de suas emissões de gases do efeito estufa em até 37%, em relação aos níveis de emissão de 2005, até 2025. Essa meta aumenta para uma redução de 43% na emissão até 2030.