Sessenta e dois supostos traficantes foram detidos sob suspeita de facilitar a viagem de 5.000 migrantes de Cuba para a Sérvia, antes de levá-los para a Grécia ou Macedônia do Norte, e de lá para a Espanha e Itália, informou a agência policial europeia.
A rede, que gerou um lucro de 45 milhões de euros (mais de 238 milhões de reais, na cotação atual), usava "uma variedade de itinerários", segundo a Europol.
Os traficantes encorajavam os cubanos a viajarem para a Sérvia, onde não eram obrigados a entrar com visto. De lá, eles introduziam "grandes grupos de migrantes" cubanos na Grécia e na Macedônia do Norte, disse a agência em um comunicado.
"Eles obrigavam (os migrantes) a andar no escuro sem suprimentos por horas", acrescentou a agência, com sede em Haia. É uma "rota de contrabando excepcionalmente longa e cara", disse a mesma fonte.
Uma vez na Grécia, os migrantes tinham a opção de pedir asilo ou seguir viagem para outros países europeus. A maioria ia para a Espanha ou Itália.
"Os criminosos se aproveitavam dos migrantes mais vulneráveis, incluindo menores, e os submetiam a roubos e extorsões", disse a Europol.
"Em alguns casos, eles enviaram mulheres para outros grupos criminosos para fins de exploração sexual", acrescentou a agência, que coordenou a operação com a Interpol.
Os membros da rede usavam um "aplicativo de mensagens bem conhecido" para promover seus serviços.
"Por um pagamento de cerca de 9.000 euros (47.751 reais), eles organizavam a viagem, as transferências e forneciam documentos falsos", detalhou a Europol.
As polícias alemã, grega, sérvia, espanhola e da Macedônia do Norte apreenderam documentos falsos, 18 imóveis, 33 veículos, 144 contas bancárias e quantias significativas de dinheiro.
"A investigação revelou uma complexa infraestrutura criminosa estabelecida em várias cidades da Espanha, Grécia e Sérvia, flexível e capaz de se adaptar às novas circunstâncias para sustentar suas atividades ilícitas", disse a Europol.
A investigação começou em outubro de 2021, depois que as autoridades desses países perceberam que havia cada vez mais cubanos tentando entrar na UE de forma irregular.
A Europol especificou que a rota mudou com o início da invasão russa da Ucrânia. Antes, os migrantes também viajavam para a Rússia e depois cruzavam a fronteira com a Finlândia.
HAIA