Carlee Russell, uma estudante de enfermagem de 25 anos, moradora do Alabama (EUA), confessou ter inventado uma história de que ela havia sido sequestrada, depois de parar para ver uma criança caminhando ao lado da rodovia. O advogado da estudante Emory Anthony forneceu uma declaração à polícia local, na segunda-feira (24/7), dizendo que, na verdade, não houve crime.
"Não houve sequestro na quinta-feira, 13 de julho. Minha cliente não viu um bebê no acostamento da estrada", dizia a declaração, de acordo com o chefe do departamento de polícia de Hoover, Nicholas Derzis, que leu a nota em uma coletiva de imprensa.
"Minha cliente pede desculpas por suas ações a esta comunidade, aos voluntários que estavam procurando por ela, ao departamento de polícia de Hoover e a outras agências, bem como a seus amigos e familiares", disse Anthony na declaração.
O advogado de Russell disse que ela havia pedido perdão por ter inventado a história. "Pedimos suas orações por Carlee, pois ela está lidando com seus problemas e tentando seguir em frente, entendendo que cometeu um erro nessa questão. Carlee novamente pede seu perdão e suas orações."
Entenda o caso
No dia 13 de julho, Russel teria desaparecido depois de ligar para o 911 (número de emergência da polícia norte-americana), para informar que havia uma criança vagando ao lado de um trecho da rodovia interestadual.
Após isso, Carlee ligou também para a namorada do seu irmão. Esta, por sua vez, disse à polícia que a estudante de enfermagem gritou ao telefone e que foi possível ouvir algo caindo.
Minutos depois, a polícia chegou ao carro de Carlee. Nas redondezas, os policiais encontraram o telefone dela, uma peruca, a bolsa e comida que ela tinha comprado, mas nem sinal da estudante ou da criança.
Seu desaparecimento se tornou notícia na imprensa americana, e imagens da jovem de 25 anos desaparecida foram amplamente compartilhadas nas mídias sociais.
Dois dias depois, a jovem apareceu em casa e disse à polícia que foi levada por um homem que saiu das árvores quando ela parou para ver a criança, colocou-a em um carro e em um caminhão de 18 rodas, vendou seus olhos e a manteve em uma casa onde uma mulher a alimentou com bolachas de queijo.
Em um determinado momento, ela disse que conseguiu escapar, mas foi recapturada e levada para uma casa onde foi forçada a se despir e ser fotografada. Depois de ser colocada em outro veículo, Russell disse que escapou novamente e conseguiu chegar a sua casa correndo pela floresta.
Em uma coletiva de imprensa em 19 de julho, o chefe de polícia de Hoover revelou que os detetives não conseguiram verificar muitas das afirmações que Russell havia dito aos investigadores, na breve entrevista que ela concedeu após seu retorno, e que havia imagens de vídeo mostrando a jovem saindo do spa em que trabalhava no dia de seu desaparecimento, supostamente escondendo um roupão de banho, papel higiênico e outros itens. Esses itens, bem como os lanches que ela comprou na Target, pouco antes de seu desaparecimento, não foram encontrados, apesar da bolsa e outros pertences terem sido deixados no veículo.
Em um outro momento, Russell disse que foi colocada em um veículo, mas que conseguiu escapar e correr pela floresta até sua vizinhança, contradizendo a primeira versão.
Os investigadores então descobriram que dias antes do seu desaparecimento, Russell estava procurando informações sobre passagens de ônibus só de ida e como tirar dinheiro de uma caixa registradora sem ser pega. Ela também procurou saber se alguém tinha que pagar por um 'Alerta Amber' - programa do governo americano que ajuda a alertar as comunidades quando crianças estão desaparecidas.
No dia em que ela desapareceu, Russell aparentemente também procurou pelo filme Taken, um thriller de 2008 no qual Liam Neeson interpreta um pai que caça traficantes de pessoas que sequestraram sua filha adolescente e a melhor amiga dela.