A Ucrânia mudou seu feriado oficial do Dia de Natal de 7 de janeiro para 25 de dezembro, em sua mais recente medida para se distanciar da Rússia.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, transformou em lei um projeto de lei parlamentar que visava "abandonar a herança russa de impor celebrações de Natal".
Nos últimos anos, Kiev tem cortado laços religiosos, culturais e outros com a Rússia, alinhando-se com o Ocidente.
Esse processo se intensificou após a invasão pela Rússia em 2022.
Zelensky assinou o projeto de lei na sexta-feira (28/7), duas semanas depois de ter sido aprovado pelos parlamentares ucranianos.
A lei também transfere mais dois feriados estaduais: o Dia do Estado Ucraniano, de 28 para 15 de julho, e o Dia dos Defensores, que comemora os veteranos das Forças Armadas, de 14 de outubro para 1º de outubro.
Moscou não fez comentários públicos sobre o assunto até a publicação desta reportagem.
Durante séculos, primeiro a Rússia imperial e depois a União Soviética dominada por Moscou tentaram — mas sempre falharam — controlar totalmente a Ucrânia.
Isso incluiu a imposição da autoridade da Igreja Ortodoxa Russa (ROC) sobre as igrejas da Ucrânia.
No entanto, em 2019, a recém-formada Igreja Ortodoxa da Ucrânia (OCU) obteve a independência do Patriarca Ecumênico Bartolomeu 1º , o líder espiritual dos cristãos ortodoxos em todo o mundo.
A medida provocou uma resposta furiosa na Igreja Ortodoxa Russa, que está defendendo abertamente a invasão da Ucrânia pelo presidente Vladimir Putin.
Até este ano, a Igreja Ortodoxa da Ucrânia (OCU),como várias outras igrejas ortodoxas, incluindo a Russa, comemorava o Natal em 7 de janeiro, de acordo com o calendário juliano.
Mas a Igreja Ortodoxa da Ucrânia (OCU) mudou oficialmente para o calendário gregoriano, usado na maior parte do mundo.
Nos últimos anos, muitos fiéis ucranianos se juntaram à Igreja
Ortodoxa da Ucrânia (OCU), e a maioria deles agora provavelmente celebra o Natal em 25 de dezembro.
Haverá também aqueles que celebram o Natal duas vezes.
Ao mesmo tempo, milhões ainda seguem a Igreja Ortodoxa Ucraniana (UOC), outro ramo estabelecido com paróquias em todo o país. A UOC não comentou os últimos desenvolvimentos.
Esse ramo declarou oficialmente uma separação de Moscou em 2022, mas vários de seus clérigos foram recentemente processados %u200B%u200Bpor atividades pró-Rússia.
A UOC diz que não há evidências para apoiar as acusações de colaboração.
A decisão da Ucrânia de mudar o Natal é o mais recente passo do país para se distanciar de seu vizinho.
Cidades e vilas em toda a Ucrânia recentemente viram os nomes de suas ruas ligadas a figuras históricas russas e soviéticas serem alterados.
Na mesma série de medidas, vários monumentos foram derrubados e os filmes russos feitos depois de 2014 foram proibidos na Ucrânia.
Essas medidas vieram após a anexação ilegal da península ucraniana da Criméia, no sul da Ucrânia, pela Rússia, em março de 2014.