Jornal Estado de Minas

LONDRES

Reino Unido reconhece 'atos de genocídio' do EI contra yazidis no Iraque

O Reino Unido reconheceu oficialmente, nesta terça-feira (1º), que o grupo extremista Estado Islâmico (EI) cometeu "atos de genocídio" contra os yazidis em 2014 no Iraque, anunciou o Ministério das Relações Exteriores.



Este reconhecimento, antes dos acontecimentos que marcam o nono aniversário das "atrocidades" cometidas pelo grupo jihadista contra a minoria yazidi, acontece na após uma decisão da Justiça alemã, especifica a diplomacia britânica.

Este é o quinto genocídio reconhecido pelo Reino Unido, após o Holocausto, Ruanda, Srebrenica e os atos de genocídio no Camboja.

"A população yazidi sofreu imensamente nas mãos do Daesh (a sigla do EI em árabe) há nove anos, e as repercussões ainda são sentidas hoje", disse o secretário de Estado para Relações Exteriores, Tariq Ahmad, em um comunicado.

A Justiça alemã foi a primeira a reconhecer, em 30 de novembro de 2021, os crimes contra a comunidade yazidi como "genocídio". Decisão descrita como "histórica" por organizações de direitos humanos.

Este reconhecimento já foi feito por vários Parlamentos e organizações internacionais.

Em agosto de 2014, o EI invadiu o Monte Sinjar, o lar histórico da minoria yazidi no norte do Iraque.

Os jihadistas consideram os yazidis e sua religião esotérica monoteísta "hereges".

Milhares de homens desta comunidade curda são massacrados. As mulheres são sequestradas e vendidas como "esposas" para jihadistas, ou reduzidas à escravidão sexual, e crianças são recrutadas.