"A opção militar é a última opção na mesa, o último recurso, mas precisamos estar preparados para esta eventualidade", afirmou Abdel Fatau Musa, secretário de Assuntos Políticos e de Segurança, no início de uma reunião de comandantes do Estado-Maior dos países da Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Os chefes militares iniciaram nesta quarta-feira uma reunião de dois dias em Abuja, a capital de Nigéria, para abordar a crise desencadeada pelo golpe contra o presidente do Níger, Mohamed Bazoum, deposto em 26 de julho.
No domingo, a CEDEAO impôs um bloqueio econômico ao Níger e deu aos golpistas um prazo de uma semana para o retorno ao poder de Bazoum, sequestrado por sua própria escolta militar.
A Nigéria cortou desde terça-feira o fornecimento de energia elétrica ao Níger, informou à AFP uma fonte da Companhia Nigeriana de Eletricidade (NIGELEC).
A CEDEAO enviou uma delegação ao Níger para "negociar" com os golpistas. Por sua vez, a junta militar que tomou o poder no Níger enviou o general Salifou Mody ao Malu.
Mali e Burkina Faso, dirigidos por governos formados após golpes militares, afirmaram nesta semana que qualquer intervenção armada no Níger seria considerada como "uma declaração de guerra" contra seus países.
No Níger, operações organizadas por França e Itália para a retirada de estrangeiros do país devem ser concluídas nesta quarta-feira. Paris decidiu pela repatriação de seus cidadãos depois que manifestações a favor dos golpistas criticaram a França e resultaram em ataques à embaixada.
Na madrugada desta quarta-feira, um avião com 262 pessoas que deixaram o Níger pousou em Paris. A maioria era de franceses, mas também havia cidadãos do Níger, Bélgica, Etiópia e Líbano. A Itália informou que retirou 100 estrangeiros do Níger que chegaram a Roma na madrugada desta quarta.
"As operações de evacuação no Níger organizadas pela França chegam ao fim", informaram as autoridades francesas.
ABUJA