O apelo surge após ameaças veladas do presidente russo, Vladimir Putin, de usar esse tipo de armamento na Ucrânia, lançamentos repetidos de mísseis da Coreia do Norte e bloqueio de iniciativas de não proliferação.
"O perigo é significativo e crescente", escrevem em um editorial conjunto os editores-chefes de onze revistas de prestígio, incluindo BMJ, Lancet, JAMA e New England Journal of Medicine.
"Os Estados detentores de armas nucleares devem eliminar seus arsenais nucleares antes que eles nos eliminem", diz o artigo.
"O fato de todas essas revistas proeminentes concordarem em publicar o mesmo editorial destaca a extrema urgência da atual crise nuclear", declarou Chris Zielinski, da Associação Mundial de Editores de Imprensa Médica.
O texto é publicado na mesma semana de uma reunião em Viena do comitê preparatório para uma nova revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear da ONU, que entrou em vigor em 1970.
A décima revisão deste tratado em 2022 não resultou em uma declaração conjunta. Os Estados Unidos culparam o "obstrucionismo cínico" da Rússia por esse fracasso.
No domingo, também será o 68º aniversário da primeira vez que uma arma nuclear foi usada contra civis, no lançamento de uma bomba atômica pelos Estados Unidos na cidade japonesa de Hiroshima em 6 de agosto de 1945.
Qualquer uso de uma arma nuclear "seria catastrófico para a humanidade", afirma o editorial.
"Até mesmo uma guerra nuclear 'limitada', envolvendo apenas 250 das 13.000 armas nucleares no mundo, poderia matar 120 milhões de pessoas e provocar uma perturbação climática global que levaria a uma fome nuclear e colocaria em risco 2 bilhões de pessoas", garantem os autores.
PARIS