Jornal Estado de Minas

VARSÓVIA

Polônia reforça fronteira por risco de 'provocações' russas e bielorrussas

A Polônia denunciou nesta quinta-feira (03) o crescente risco de "provocações" da Rússia e Belarus em sua fronteira oriental e anunciou o reforço da vigilância nesta área.



As declarações foram feitas dois dias depois da violação do espaço aéreo polonês e, portanto, da Otan, por dois helicópteros bielorrussos.

"Rússia e Belarus estão aumentando sua pressão na fronteira, intensificando o número de suas provocações e devemos estar cientes de que isso vai aumentar", disse o primeiro-ministro Mateusz Morawiecki à imprensa.

"Essas operações procuram desestabilizar, semear dúvidas, caos, incerteza e ao mesmo tempo demonstrar a fragilidade do flanco oriental da Otan a todos os nossos aliados" do tratado do Atlântico Norte, afirmou o chefe de governo polonês, que nesta quinta-feira recebeu o presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, em Suwalki, no nordeste.

O ministro da Defesa da Polônia, Mariusz Blaszczak, anunciou um reforço das capacidades de vigilância das fronteiras, especificamente com a mobilização de helicópteros nesta área.

"Se for justificado, os soldados usarão suas armas", acrescentou Blaszczak. A oposição solicitou novamente sua renúncia, acusando-o de má administração da recente violação do espaço aéreo polonês.

Na manhã desta terça-feira, dois helicópteros bielorrussos sobrevoaram alguns quilômetros do território da Polônia.

O Ministério da Defesa bielorrusso respondeu que essas acusações foram formuladas para "justificar novamente o aumento dos efetivos das forças perto da fronteira bielorrussa".

A Polônia e seus vizinhos no flanco oriental da Aliança Atlântica expressaram preocupação com a potencial ameaça representada por Belarus, que atualmente abriga o Grupo Wagner.

Segundo Morawiecki, "cerca de 4.000" homens desse grupo russo estão em Belarus, aliado próximo da Rússia.