Um cadáver foi encontrado preso a uma barreira de boias flutuantes instalada por autoridades do Texas no Rio Grande, na fronteira com o México, para bloquear a passagem de imigrantes que tentam chegar aos EUA de maneira irregular, segundo divulgou a chancelaria mexicana nesta quarta-feira (3).
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"Estamos preocupados com o impacto que essas políticas terão nos direitos humanos e na segurança dos migrantes, porque vão na direção oposta à colaboração conjunta", disse a pasta mexicana, em nota.
O México enviou duas cartas diplomáticas aos EUA, com a alegação de que a barreira viola um tratado de água e pode invadir o território mexicano --o governo do Texas não respondeu a um pedido de comentário.
A cerca flutuante foi colocada por determinação do governador do estado, o republicano Greg Abbott, que acusa o presidente americano, Joe Biden, de não se esforçar para deter o fluxo migratório irregular. O Texas foi instado a remover a estrutura de maneira voluntária, mas o político se negou a fazê-lo.
Uma carta conjunta de mais de 60 organizações também foi enviada aos legisladores estaduais na terça-feira (1º), pedindo-lhes que ponham fim às "estratégias violentas de fronteira" e removam as boias do rio Grande, de acordo com a ONG de direitos humanos Border Network for Human Rights.
Em julho, o Departamento de Justiça dos EUA acionou o Texas, e o procurador Jaime Esparza sinalizou a Abbott a possibilidade de uma ação legal. Ele argumenta que a estrutura obstrui ilegalmente a navegação.
Sob a iniciativa batizada de Operação Lone Star, Abbott tomou medidas nos últimos anos para impedir que imigrantes cruzassem a fronteira. A ação incluiu, entre outros pontos, o envio da Guarda Nacional e uma campanha para transportar migrantes para locais mais ao norte do país liderados por democratas.
O republicano também enviou uma carta a Biden em que acusa o líder democrata de não cumprir suas responsabilidades para deter o fluxo de migrantes que entram no país por meio da fronteira sul.
Em sentido oposto ao esperado principalmente por republicanos, os EUA registraram queda de 50% no número de migrantes após a revogação de uma política que permite ao governo americano expulsar migrantes sem considerar seus pedidos de asilo. Mesmo assim, cerca de 100 mil foram detidos em junho.