A delegação "ajudará a traçar um rumo para revitalizar a relação", baseando-a "no respeito mútuo, na compreensão e no compromisso de cooperação", afirma o Centro de Pesquisa em Economia e Política (CEPR) em um comunicado ao qual a AFP teve acesso nesta sexta-feira (4).
A viagem ocorre em um momento no qual a China, parceiro comercial inevitável da América Latina, se esforça para ganhar peso na região, onde vários países reclamam que Washington não lhes dá atenção o suficiente.
O grupo será integrado por Alexandria Ocasio-Cortez, Joaquín Castro, Greg Casar, Nydia Velázquez e Maxwell Frost, além de Samantha Ramirez como representante do famoso senador esquerdista e ex-candidato às primárias presidenciais Bernie Sanders.
Eles se reunirão com altos funcionários governamentais, deputados e a sociedade civil dos três países que representam a nova frente de esquerda latino-americana.
"Já está na hora de a relação dos Estados Unidos com a América Latina se realinhar", avalia Ocasio-Cortez, citada no comunicado.
"Os Estados Unidos necessitam reconhecer os danos que cometemos por meio de políticas intervencionistas e extrativistas", acrescenta.
A defesa da democracia será um dos principais temas da viagem, pela importância de preservar as instituições "da violência política" e "da desinformação".
Será particularmente importante no Brasil.
"As insurreições gêmeas" em Washington e Brasília "deixaram claro que o destino da democracia nos Estados Unidos está estreitamente ligado ao dos seus vizinhos do sul", aponta o comunicado.
Faz referência ao ataque de partidários do ex-presidente americano Donald Trump ao Capitólio em janeiro de 2021 e dos simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro à sede das Três Poderes em janeiro de 2023, nos dois casos após as eleições.
"A política externa contribuiu com muita frequência para a instabilidade na América Latina", considera Greg Casar, citado na nota, em alusão a intervenções no passado, sobretudo para substituir líderes de esquerda por governos de direita.
Os congressistas falarão também das consequências do aquecimento global.
Há preocupação com a floresta amazônica, que logo poderia alcançar um "ponto de inflexão" e se propõem a "aprender" com "os povos indígenas" e com os governos dos países anfitriões.
Bernie Sanders espera que a delegação "ajude a apresentar uma nova face" dos Estados Unidos, baseada "no compromisso".
Durante o giro também serão abordados os processos de paz na região, especialmente em memória às vítimas, as negociações multilaterais para a desmobilização dos grupos armados e das iniciativas governamentais para deter a extração ilegal dos recursos naturais.