A eleição especial "Issue 1" em Ohio se concentrou em propostas para aumentar o nível de votos necessário, a 60%, para aprovar emendas à Constituição de Ohio.
Apesar de não apresentar uma questão específica sobre a interrupção voluntária da gravidez, a votação representou um revés para os republicanos a poucos meses de uma votação decisiva sobre o tema.
Em novembro será organizado um referendo no qual os defensores do direito ao aborto pretendem incluí-lo na Constituição do estado. De acordo com algumas pesquisas, atualmente 58% dos eleitores de Ohio apoiariam a mudança.
Por este motivo, parecia vital para os republicanos elevar o limite de apoio necessário para 60%. No entanto, 57% dos eleitores votaram contra a mudança legislativa, segundo as projeções do jornal USA Today e do canal CNN, com 60% dos votos apurados.
"Hoje, os eleitores de Ohio rejeitaram um esforço de legisladores republicanos e interesses especiais para mudar o processo de emenda constitucional do estado", afirmou o presidente Joe Biden em um comunicado.
Os ativistas do direito ao aborto também celebraram o resultado.
"Boas notícias! Os eleitores de Ohio compareceram às urnas e rejeitaram as tentativas da oposição de minar a democracia e restringir a liberdade reprodutiva", escreveu a diretora da organização Planned Parenthood, Alexis McGill Johnson, no Twitter, agora chamado X.
Este antigo reduto industrial, que surpreendeu em 2016 ao dar a vitória ao republicano Donald Trump, está dividido sobre a questão do aborto desde que a Suprema Corte permitiu, em junho de 2022, que os estados legislem sobre o tema.
O interesse é tanto que mais de 500 mil pessoas já votaram de maneira antecipada no referendo de novembro sobre a reforma constitucional.
As pesquisas recentes mostram que a maioria dos americanos quer proteger o acesso ao aborto.
O fracasso dos referendos antiaborto nos estados muito conservadores do Kentucky e do Kansas demonstra que existe uma divisão entre os republicanos sobre o tema.
Para as eleições presidenciais de 2024, democratas e republicanos defendem posições contrárias: o presidente Biden mobiliza as organizações que defendem o direito ao aborto, enquanto alguns líderes conservadores defendem uma proibição total.