Jornal Estado de Minas

ISLAMABAD

Paquistão dissolve Parlamento em meio a crise política por prisão de ex-premiê

A Presidência do Paquistão anunciou, nesta quarta-feira (9), a dissolução do Parlamento e do governo, embora não preveja uma convocação eleitoral imediata, em um país abalado pela crise política causada pela prisão do ex-primeiro-ministro Imran Khan.



"O presidente Arif Alvi dissolveu a Assembleia Nacional, seguindo a recomendação do primeiro-ministro", informou o gabinete presidencial. O Parlamento se reuniu pela última vez na tarde de hoje.

Um governo interino formado por tecnocratas assumirá as rédeas do país até as próximas eleições, das quais não deve participar o ex-primeiro-ministro Khan, político mais popular do país, preso no sábado, após ser condenado a três anos de prisão em um caso de corrupção.

Khan foi alvo de mais de 150 processos judiciais desde a sua destituição do poder, motivados por questões políticas, afirma.

A prisão de Khan provocou dias de caos. Milhares de apoiadores do ex-premier incendiaram prédios e bloquearam estradas em várias regiões.

"O país não poderá avançar até que haja união nacional", declarou o atual primeiro-ministro, Shehbaz Sharif, em seu último discurso. Segundo a constituição paquistanesa, nos próximos três dias deve ser nomeado um novo premier, e eleições legislativas devem ser convocadas em 90 dias. A coalizão do governo, no entanto, estuda adiar as eleições para o ano que vem.