O ataque ao santuário de Shah Cheragh, na cidade de Shiraz, ainda não foi reivindicado, mas ocorreu menos de um ano após outro ataque similar contra outro santuário na mesma cidade, no qual 13 pessoas morreram e 30 ficaram feridas.
"Oito pessoas suspeitas de estarem vinculadas ao incidente terrorista no santuário foram detidas", declarou o chefe da autoridade judicial da província de Fars, Kazem Mussavi, ao Mizan Online, pertencente ao Poder Judiciário.
A Guarda Revolucionária, braço ideológico da República Islâmica, informou no domingo a detenção do autor dos disparos.
O agressor "se apresentou como Rahamotolah Noruzof, cidadão do Tadjiquistão", disse Moussavi, acrescentando que todos os detidos são "de nacionalidade estrangeira".
O ministro do Interior iraniano, Ahmad Vahidi, disse à televisão estatal em uma visita ao local nesta segunda-feira que o "terrorista" estava colaborando com uma "rede que operava" fora do Irã.
Segundo a agência de notícias IRNA, uma pessoa morreu e oito ficaram feridas no ataque. O governador da província de Fars, Mohamad Hadi Imanieh, acusou o grupo Estado Islâmico (EI).
O principal detido queria "vingar a execução de dois terroristas" após o ataque do ano passado, segundo a mesma fonte.
A autoridade judicial da província de Fars informou nesta segunda-feira que um dos feridos faleceu, aumentando para dois o número de mortos.
- Condenações internacionais -
A União Europeia e vários países, incluindo Iraque, Rússia e França, condenaram o ataque e expressaram condolências.
No santuário é possível ver as janelas quebradas pelas balas e o sangue das vítimas no chão.
As autoridades enforcaram os dois homens em julho por esse ataque, cuja autoria foi reivindicada pelo EI.
Eles foram considerados culpados de "corrupção, rebelião armada e atuação contra a segurança nacional", segundo o Mizan Online, enquanto outros três acusados no caso foram condenados a 5, 10 e 15 anos de prisão.
Em novembro, Teerã afirmou que 26 "terroristas takfiri" do Afeganistão, Azerbaijão e Tadjiquistão foram presos em relação ao ataque a tiros em massa. No Irã, um país de maioria xiita, o termo "takfiri" geralmente se refere a jihadistas ou defensores do Islã sunita radical.
O mausoléu Shah Cheragh abriga o túmulo de Ahmad, irmão do imã Reza, o oitavo imã xiita, e é considerado o local mais sagrado do sul do Irã.
O ataque do ano passado ocorreu quando protestos tomaram conta do país após a morte sob custódia de Mahsa Amini, de 22 anos, presa por uma suposta violação das regras rígidas de vestuário para mulheres.