Durante uma telefonema de cerca de 30 minutos, Lula e Biden falaram sobre o combate às mudanças climáticas, o apoio dos Estados Unidos aos esforços do Brasil para proteger a Amazônia e os planos conjuntos para promover os direitos dos trabalhadores, informaram o Palácio do Planalto e a Casa Branca.
Segundo o Planalto, os dois líderes discutiram uma iniciativa conjunta para garantir empregos de qualidade na economia do século XXI, que pretendem apresentar na Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro.
"É a primeira vez que trato com um presidente interessado nos trabalhadores", disse Lula, segundo nota oficial. "Suas políticas e seus discursos sobre o mundo do trabalho soam como música para os meus ouvidos e, certamente, juntos poderemos inspirar outros governantes a olhar para as questões dos trabalhadores".
Os dois países mais populosos das Américas passaram por momentos incômodos desde que Lula voltou à Presidência, em janeiro. O brasileiro irritou Washington ao se colocar ao lado da China, queixando-se do domínio do dólar americano no comércio mundial e acusando os Estados Unidos de fomentar a guerra na Ucrânia, o que lhe valeu uma reprimenda da Casa Branca em abril.
Os laços atuais, no entanto, são mais calorosos do que durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, admirador do antecessor de Biden, Donald Trump.
Biden recebeu Lula na Casa Branca em fevereiro e buscou um campo comum, particularmente nos temas climáticos. O presidente americano reiterou sua promessa de buscar US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões) do Congresso para apoiar o Fundo Amazônia, informou a Casa Branca.
A assessoria de Lula disse que convidou Biden para visitar o Brasil no ano que vem. Já a Casa Branca informou que os dois haviam discutido planos para "uma missão comercial verde" dos Estados Unidos ao Brasil em setembro.
BRASÍLIA