Desde a brutal repressão de um movimento de protesto pós-eleitoral em 2020, o país fronteiriço com a União Europeia aproximou-se mais da Rússia e aumentou a repressão contra os críticos de Aleksandr Lukashenko, seu presidente desde 1994.
Essa decisão da justiça bielorrussa diz respeito a dois textos clássicos de Vintsent Dunin-Martsinkievitch e o prefácio a uma edição de suas obras do crítico literário Iazep Ianushkevitch.
Os textos fazem referência à insurreição conduzida pelo escritor revolucionário polonês-bielorrusso Katus Kalinowski contra o Império Russo no século XIX.
"É um período reinterpretado na atualidade pela sociedade em relação à guerra na Ucrânia, à excessiva repressão em Belarus e ao papel desempenhado pela Rússia", disse à AFP o especialista em literatura Ales Pashkevitch.
Um regimento de voluntários bielorrussos que lutam ao lado dos ucranianos contra as forças leva o nome de Kastrus Kalinowski.
"O povo tem medo, os clássicos que chamam à resistência nacional são proibidos: estamos passando da ditadura para um regime totalitário", lamenta Ales Pashkevitch.
Apesar de Belarus não participar diretamente do conflito na Ucrânia, a nação pôs seu território e seus aeródromos à disposição da Rússia para suas operações, segundo as autoridades ucranianas.
Desde 2020, a maioria dos opositores bielorrussos fugiu do país ou foi presa.
Além dessa repressão, ainda há as fortes tensões com as vizinhas Polônia e Lituânia.
MOSCOU