O incêndio florestal, deflagrado na noite de terça-feira, queimou cerca de 3.800 hectares em um perímetro de 42 quilômetros, segundo os últimos dados das autoridades, que mobilizaram mais de 250 bombeiros, 16 aviões e mais de 200 elementos da Unidade Militar Especial (UME) do Ministério da Defesa, que responde aos incêndios mais graves na Espanha.
"Esta noite, pelo menos, o incêndio e o clima se comportaram com normalidade", disse Fernando Clavijo, presidente regional das Ilhas Canárias, arquipélago espanhol na costa noroeste da África, em entrevista coletiva.
"Nas duas noites anteriores, vimos que os ventos, a temperatura e o próprio comportamento do incêndio foram muito incomuns", afirmou.
No entanto, a situação ainda não se estabilizou e as autoridades decidirão à tarde se suspendem o confinamento de La Esperanza, localidade próxima ao flanco norte do incêndio, onde os bombeiros concentram seus esforços.
Cerca de 3.000 pessoas foram retiradas e quase 4.000 confinadas em suas casas desde o início do incêndio, enquanto o Parque Nacional do Teide, um destino turístico popular, está fechado desde a noite de quinta-feira.
Embora a intensidade das chamas tenha diminuído durante a noite, o chefe dos serviços florestais, Pedro Martínez, alertou que nas horas mais quentes do dia "serão reativadas" e que o fogo se manteve ativo "praticamente" em todo o perímetro.
O incêndio ocorre depois que uma onda de calor nas Ilhas Canárias deixou muitas áreas secas e aumentou o risco de incêndios florestais.
Segundo os cientistas, os eventos climáticos extremos se intensificaram como consequência do aquecimento global. É provável que as ondas de calor se tornem mais frequentes e intensas, com seu impacto mais generalizado.
Em 2022, mais de 500 incêndios destruíram 300 mil hectares na Espanha, um recorde europeu, segundo o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (Effis). Em 2023, mais de 75.000 hectares já queimaram neste país da linha da frente contra o aquecimento global.