"Por unanimidade, o amparo é definitivamente concedido" ao partido político Semilla, que anula a suspensão da personalidade jurídica da legenda, disse o porta-voz do CSJ, Rudy Esquivel.
Arévalo, filho do presidente progressista Juan José Arévalo (1945-1951), disputará as urnas com a ex-primeira-dama Sandra Torres, também social-democrata.
O rosto do Semilla, apesar de não ter aparecido nas pesquisas do primeiro turno do dia 25 de junho, agora lidera as pesquisas divulgadas esta semana.
Esquivel disse à AFP que a decisão garante "a participação de Semilla no processo (eleitoral) do segundo turno".
Em 12 de julho, o juiz Fredy Orellana determinou a suspensão da personalidade jurídica do partido Arévalo, que surpreendeu no primeiro turno presidencial ao ficar em segundo lugar.
A ordem de Orellana atendeu a um pedido feito pelo chefe da Procuradoria Especial Contra a Impunidade (FECI), Rafael Curruchiche, por supostas irregularidades no registro do Semilla entre 2017 e 2018.
No entanto, um dia depois, a mais alta instância judicial do país, a Corte Constitucional (CC), suspendeu provisoriamente a decisão judicial de Orellana e permitiu que o segundo turno ocorresse na data prevista.
Com a decisão da Suprema Corte na sexta-feira, a suspensão ficou definitivamente sem efeito.
- Encruzilhada -
Tanto Arévalo quanto Torres encerraram suas respectivas campanhas eleitorais nesta sexta-feira.
A ex-primeira-dama aproveitou para atacar o adversário e questionar a transparência da votação ao afirmar que estrangeiros e apoiadores do Semilla podem alterar o sistema de informática do TSE.
"Nós questionamos esse processo eleitoral, estamos muito preocupados com qualquer alteração de dados", declarou Torres em entrevista coletiva antes do encerramento de sua campanha.
A candidata também insinuou que o TSE e os observadores eleitorais da Organização dos Estados Americanos (OEA) são favoráveis ao partido de Arévalo.
"Peço à OEA que mostre que não está favorecendo nenhum partido político (...) hoje a democracia está em risco, porque querem roubar nossas eleições", acrescentou a ex-mulher do falecido presidente de esquerda Álvaro Colom (2008 - 2012).
Arévalo encerrou sua campanha na quarta-feira diante de milhares de apoiadores na praça central da capital, expressando seu compromisso de combater a corrupção e evocar a "primavera" democrática de 1944, liderada por seu pai.
"Há anos somos vítimas, presas de políticos corruptos", disse o candidato. "Aqueles que querem que a Guatemala não mude têm como principal porta-voz nossa concorrente nestas eleições", acrescentou, referindo-se a Torres.
Na sexta-feira, a Missão de Observação Eleitoral da OEA reiterou sua preocupação com a judicialização das eleições de domingo na Guatemala, depois que o Ministério Público anunciou que possivelmente haverá prisões de dirigentes do partido de Arévalo.
CIDADE DA GUATEMALA