Jornal Estado de Minas

QUITO

Equador tem novos episódios de violência armada na véspera de eleições

Um candidato presidencial e um prefeito denunciaram neste sábado(19) que foram alvos de disparos horas antes das eleições gerais antecipadas deste domingo no Equador, onde um candidato presidencial foi assassinado há 10 dias.



O candidato de direita Otto Sonnenholzner denunciou pelo X (antigo Twitter) que junto com sua família sofreu "um tiroteio em frente ao local onde tomava café da manhã" no porto de Guayaquil (sudoeste), sem relatar vítimas.

"Graças a Deus estamos todos bem, mas exigimos uma investigação sobre o ocorrido. O medo e a impotência que vi nos olhos de todos os presentes me machucam. Não podemos continuar assim. Amanhã mudaremos de rumo!", declarou.

Em resposta a questionamentos da imprensa, a equipe de campanha de Sonnenholzner não especificou se os disparos foram direcionados ao ex-vice-presidente (dezembro de 2018 a julho de 2020), que aspira chegar ao poder como outros sete candidatos.

A polícia informou que está "coletando" as informações sobre os tiros e acrescentou que "houve uma perseguição policial" na região após um assalto a uma loja.

- Carro blindado e crivado -

O prefeito da cidade litorânea de La Libertad, Francisco Tamariz, denunciou ter sido vítima de um ataque a tiros na madrugada deste sábado.

"Tentaram ME MATAR!" publicou no X, antigo Twitter, o político - próximo do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017).



Tamariz viajava com sua esposa e outros dois parentes em um veículo blindado, que foi alvo de cerca de 30 disparos. Ele afirmou que todos saíram ilesos do ataque.

Tamariz afirmou no Facebook que ao retornar do porto de Guayaquil, no sudoeste, sua caminhonete blindada foi alvejada por duas pessoas à paisana que saíram de um veículo policial.

"Começaram a metralhar a viatura em questões de segundo (...), começaram a disparar contra nós, sequer questionaram quem estava ali", disse ele em comunicado, feito ao lado da esposa. Ambos apareceram com coletes à prova de balas.

"Se (o carro) não fosse blindado, irmão equatoriano, eu não estaria aqui. Seria impossível para mim estar falando com você com 30 tiros que foram (...) direcionados à caminhonete", acrescentou o prefeito.

A Polícia e o governo não se pronunciaram sobre o fato.

Nos últimos anos, o Equador enfrentou uma onda de violência ligada ao narcotráfico, com massacres em prisões, que deixaram mais de 430 presos mortos desde 2021 e uma taxa recorde de 26 homicídios por 100.000 habitantes nas ruas em 2022, quase o dobro do ano anterior.

Ao sair de um comício em Quito, em 9 de agosto, o candidato à eleição Fernando Villavicencio (centro), que estava em segundo lugar nas intenções de voto, de acordo com uma pesquisa, foi morto a tiros.

Em plena campanha para as eleições deste domingo, também foram assassinados outro prefeito, um candidato a deputado e um líder local do correísmo - força de esquerda do ex-presidente Rafael Correa.

Na quinta-feira, durante o encerramento da campanha, o candidato presidencial Daniel Noboa (direita) denunciou um ataque a tiros contra sua caravana, do qual saiu ileso. As autoridades contradizem sua versão.

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