Embora "o número de ações e a faixa de preços ainda não tenham sido determinados", de acordo com um comunicado divulgado na segunda-feira (21), documentos divulgados pelo grupo informam que o SoftBank Group comprou recentemente US$ 16,1 bilhões (R$ 79,8 bilhões na cotação atual) de 25% da Arm então nas mãos de outra unidade, a Vision Fund.
Esta operação valoriza a empresa fundada em 1990 em mais de US$ 64 bilhões (R$ 317,4 bilhões), cerca do dobro do preço de aquisição em 2016 por parte do grupo japonês.
Essa Oferta Pública Inicial (ou IPO, na sigla em inglês) pode acontecer em setembro, segundo a imprensa americana, e pode estar entre as maiores do setor de tecnologia desde a abertura de capital do Alibaba em Wall Street, em 2014, que reportou US$ 25 bilhões (R$ 124 bilhões) à empresa.
Com sede na Grã-Bretanha, a companhia planeja listar na Nasdaq sob a sigla "Arm".
A Arm foi sinalizada como uma empresa potencialmente importante em Inteligência Artificial (IA).
"Estamos trabalhando com empresas líderes como Alphabet, Cruise LLC, Mercedes-Benz, Meta e Nvidia na implantação da tecnologia Arm para executar trabalhos de IA", explicou a empresa.
A decisão da Arm se dá após o fracasso de uma proposta de venda para a Nvidia, em fevereiro de 2022, por US$ 40 bilhões (R$ 198,4 bilhões), devido a "problemas regulatórios".
A empresa tem quase 6.000 funcionários e registrou receita de US$ 2,7 bilhões (R$ 13,3 bilhões) em 2023.
- "99% dos smartphones" -
A empresa é referência mundial em design de semicondutores, fabricados sob licença para o mercado global de smartphones.
Seus microchips "trouxeram informática de ponta para mais de 99% dos smartphones do mundo até 2022", diz a empresa.
A Arm manterá sua sede em Cambridge e poderá, posteriormente, abrir o capital também em Londres.
- Euforia com IA -
"O conglomerado japonês esperava as melhores condições de mercado e, embora pareçam melhores em comparação com a (situação de) volatilidade que atingiu o setor de tecnologia no ano passado, a recente fraqueza do verão (no hemisfério norte) claramente leva a empresa a listar a Arm o mais rápido possível", comenta a analista Susannah Streeter, da Hargreaves Lansdown.
De fato, o faturamento da empresa britânica estagnou durante seu último exercício anual encerrado no final de março, para se situar nos US$ 2,7 bilhões.
E "as vendas mais baixas de telefones celulares e de outros eletrônicos tiveram um impacto em sua receita no último trimestre", acrescenta Michael Hewson, da CMC Markets.
A Arm enfrenta alguns riscos ligados à sua dependência do mercado chinês e às tensões internacionais nos últimos anos em torno do setor estratégico de semicondutores, particularmente entre Washington e Pequim.
No momento, o setor de tecnologia mundial se move no rastro da euforia com a Inteligência Artificial generativa (IA), um campo no qual Arm espera ter um papel estratégico.
Segundo a imprensa especializada, muitos gigantes de tecnologia, como Nvidia, Apple, Samsung Electronics e Intel, estariam interessados em investir na Arm quando a empresa abrir o capital.
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