"Reitero a vontade do governo cubano de honrar os compromissos assumidos com nossos credores" sempre que em condições viáveis para a ilha, disse o ministro do Comércio Exterior, Ricardo Cabrisas, a uma delegação do Clube de Paris que está em Havana para discutir a alteração das datas dos pagamentos atrasados.
As declarações foram transmitidas pela TV estatal, com imagens do encontro entre as duas delegações.
William Roos, copresidente do Clube de Paris, disse que os países credores "estão dispostos a entender as dificuldades e encontrar uma forma de Cuba honrar seus compromissos". Segundo a Agência Cubana de Notícias, Roos propôs a criação de um novo calendário para os pagamentos da dívida.
O Clube de Paris, que gerencia a dívida da ilha com 14 governos - incluindo França, Espanha e Japão - acordou em 2015 com o governo cubano uma redução de 8,5 bilhões (R$ 41 bilhões) sobre os 11,1 bilhões de dólares (R$ 54 bilhões) devidos. O pagamento do passivo restante foi escalonado até 2033, mas dificuldades financeiras impediram a ilha de pagar em 2019.
Em 2020, Cuba solicitou uma moratória até 2022. O Clube concordou apenas com uma moratória de um ano, com a obrigação de renegociar posteriormente.
Cabrisas argumentou hoje que, diferentemente de outros países, Cuba não conta com o apoio de instituições financeiras multilaterais, e que a situação se agravou depois que o Departamento de Estado americano voltou a incluir a ilha na lista de países patrocinadores do terrorismo.
Cuba também tem uma dívida com credores privados pertencentes ao Clube de Londres. Em fevereiro de 2022, a câmara baixa do parlamento russo ratificou um projeto de reestruturação da dívida de Cuba de US$ 2,3 bilhões (R$ 11 bilhões).
HAVANA